
O Brasil tem condições de ampliar seu papel na produção de alimentos e se firmar como referência global em pesquisa aplicada à sustentabilidade. A avaliação foi feita por Jason Weller, diretor global de sustentabilidade da JBS, durante painel da FGV Agro na COP30, em Belém.
Para o executivo, enfrentar a mudança do clima exige soluções que também reforcem a segurança alimentar. Ele citou estimativas da ONU que mostram bilhões de pessoas em situação de insegurança, cenário que pressiona a busca por sistemas produtivos mais eficientes.
Transparência e governança na cadeia
Weller avaliou que a transformação dos sistemas alimentares depende de dois eixos principais: mais transparência e governança nas cadeias de suprimentos e ampliação das oportunidades econômicas para os produtores. Segundo ele, sustentabilidade só avança quando está conectada ao interesse comercial do campo.
O diretor afirmou que o controle da cadeia, isoladamente, não resolve os desafios ambientais. Da mesma forma, ganhos de produtividade precisam estar associados à rastreabilidade. Sem essa combinação, disse ele, os resultados tendem a ser limitados.
Potencial de descarbonização e papel da pesquisa
O representante da JBS destacou ainda o trabalho da Embrapa, citando a relevância da pesquisa brasileira para tornar os sistemas pecuários mais sustentáveis. Ele mencionou estudo da FGV, em parceria com a Abiec, que aponta alto potencial de redução das emissões na pecuária de corte até 2050, dependendo do nível de adoção de práticas de manejo.
Weller afirmou que iniciativas voltadas à regularização ambiental também são parte desse processo. Como exemplo, mencionou o programa Escritórios Verdes, voltado ao apoio técnico e jurídico a produtores. A ação já permitiu o retorno de milhares de propriedades à conformidade legal, o que recolocou milhões de animais no mercado e mostrou, segundo ele, que a inclusão é um caminho mais eficiente que a exclusão na transição rumo à sustentabilidade.


