O estudo sobre nanotecnologia promovido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) investigou a eficiência de uma formulação nanomineral para a bioestimulação da germinação de sementes e melhoria do enraizamento de plantas.
Com a intensificação das mudanças climáticas nas últimas décadas, é necessário buscar por tecnologias que promovam maior resiliência dos sistemas agrícolas. Nesse sentido, o uso de nanopartículas minerais destaca-se como uma dessas inovações.
Trata-se de uma vertente da nanotecnologia com potencial de mitigar os efeitos adversos do clima e promover uma agricultura mais eficiente e sustentável.
Impactos positivos
Os resultados experimentais demonstram que o tratamento aumenta em até cinco vezes o desempenho das sementes em campo, assim como eleva a germinação em condições de déficit hídrico para 90% e faz a raiz crescer 10 vezes mais do que o seu tamanho original.
“As nanopartículas minerais são estruturas ultrapequenas compostas por elementos essenciais ao desenvolvimento vegetal. Em nossa pesquisa avaliamos nanopartículas de zinco, selênio e boro em sementes de arroz, desde a germinação até a fase de produção”, explica a pesquisadora de pós-doutorado Genaina Souza.
A pesquisa ainda demonstrou eficiência evidente dos tratamentos com nanopartículas, em especial, na germinação e desenvolvimento das plantas.
“[..] Além disso, as nanopartículas podem potencializar a absorção de nutrientes, reduzindo a dependência de fertilizantes convencionais”, prossegue.
Expectativas para o futuro
Com base nos resultados, Epamig e a Universidade Federal de Viçosa (UFV) deram entrada, no último mês de setembro, ao depósito de patente de processo e formulação.
A eficiência nutricional, associada à capacidade de ativar defesas naturais e resistir a situações estressantes, como a seca, contribui para resiliência das plantas.
“[…] Como consequência, observa-se um impacto na produtividade agrícola, mesmo em ambientes adversos, garantindo assim, a segurança alimentar no futuro”, acrescenta Genaina.
A pesquisadora Wânia Neves, por fim, destaca que avanços tecnológicos em tolerância à seca na agricultura geram debates para conscientização da população quanto ao uso da água e a redução dos danos causados ao meio ambiente em diversas cadeias produtivas.
*Sob supervisão de Victor Faverin