O Corinthians corre contra o tempo para evitar uma punição na CBF. Como a ESPN informou, o clube foi acionado pelo Cuiabá na entidade após o time do Parque São Jorge não conseguir honrar com a 1ª parcela do plano de pagamentos firmado com a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).
Além do Dourado, o acordo comtempla pendências com empresários como André Cury, Paulo Pitombeira e Marcelo Robalinho, além do ex-meia Jadson e atletas ainda em atividade como o zagueiro Fabian Balbuena e o atacante Roger Guedes.
Há ainda pendências com clubes como o Grêmio Osasco e o modesto Sociedade Esportiva Palmeirinha.
Ao todo, as parcelas do acordo firmado entre Corinthians e CNRD com vencimento para 17 de julho somavam cerca de R$ 4,5 milhões.
Segundo apurou a ESPN, o valor cobrado pelo Dourado gira em torno de R$ 760 mil e faz parte do acordo para a quitação da dívida de R$ 18.090.246,11 referente à aquisição do volante Raniele, em 2024.
O Cuiabá foi ao órgão da CBF pedindo a aplicação do chamado “transfer ban”, quando uma instituição fica impedida de registrar atletas enquanto permanecer com uma dívida ativa.
Mesmo reconhecendo a pendência, a diretoria alvinegra entende que tem até o próximo dia 22 de julho para que a quitação seja feita, considerando o prazo para envio do comprovante de pagamento.
Abaixo, a ESPN detalha os credores incluídos pelo Corinthians no acordo homologado com a Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF (em valores aproximados):
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Link Assessoria Esportiva – R$ 19 milhões + 350 mil euros
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Cuiabá Esporte Clube – R$ 18 milhões
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Jadson – R$ 13 milhões
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Balbuena – R$ 4,4 milhões
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Think Ball – R$ 3,5 milhões
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José Parrales – R$ 2,5 milhões
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All Soccer Marketing Esportivo – R$ 1,7 milhão
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Grêmio Osasco – R$ 1,6 milhão
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Renato Bittar Arrellaga – R$ 1,5 milhão
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Ferreira Representações Profissionais – R$ 1,4 milhão
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FMS Gestão Esportiva – R$ 1,4 milhão
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Daisy Valeria Ferreira Brandino – R$ 1,4 milhão
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Criciúma Esporte Clube – R$ 1 milhão
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DB Sports – R$ 1 milhão
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Magnitude Brazil Esportes – R$ 600 mil
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Manuel Damásio Garcia – R$ 285 mil
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Left Sports do Brasil – R$ 250 mil
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Sociedade Esportiva Palmeirinha – R$ 48 mil
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Esporte Clube União Suzano – R$ 42 mil
Em entrevista à Rádio Bandeirantes na noite da última quinta-feira, o diretor financeiro do Corinthians, Emerson Piovesan, admitiu que não havia recursos em caixa para a quitação, mas garantiu que o clube corria para conseguir arcar com o pagamento dentro do prazo limite.
“Nós temos alguns valores pendentes. Realmente tenho que assumir que temos, mas a gente tem toda uma sequência de pagamentos. Não temos recursos para esse pagamento. A gente tem um valor a ser pago hoje (quinta-feira), mas que a gente tem cinco dias, que vence dia 22, para a gente fazer esse pagamento. Tem uma tolerância de mais cinco dias e vence dia 22. A gente está em busca de recursos para fazer esse pagamento”, disse Piovesan.
À ESPN, Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, discordou da alegação do Corinthians.
“Nunca deram satisfação. Eles estão alegando que têm cinco dias para pagar, eles têm cinco dias para juntar os comprovantes de pagamento”, afirmou Dresch, que prometeu acionar o clube paulista novamente na CNRD com um pedido de “transfer ban”. “Amanhã de manhã (hoje, sexta-feira) vamos protocolar na Câmara dizendo que não recebemos. Se eles não pagarem, o transfer ban é automático. Se aqui fosse um lugar com regras, um lugar sério, o Corinthians já teria sido rebaixado faz tempo”, disparou.
“Eles podem fazer isso se quiserem. Se entenderem o que devem fazer, eles farão. Mas nós temos, pela legislação, mais cinco dias para fazer esse pagamento”, disse Emerson Piovesan, admitindo a situação complexa das finanças alvinegras.
“É uma situação difícil, não vou dizer que não. A gente está trabalhando arduamente para tentar buscar recursos, para honrar esses tipos de compromissos que nós temos com todo mundo. Estamos trabalhando arduamente, a situação não é fácil, é uma situação difícil, mas o que nós queremos é buscar soluções para isso”.
O drama financeiro no Parque São Jorge levou o Corinthians a atrasar o salário de jogadores e funcionários no início do mês, além de pagamentos à empresa contratada para a segurança particular do holandês Memphis Depay. O balanço de 2024 apontou uma dívida de R$ 2,568 bilhões.