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Nem todo muçulmano é árabe, prova o Oriente Médio

As bombas que cruzaram o céu chamaram a atenção para o Irã e todo o Oriente Médio. O senso comum relaciona essa parte do globo às palavras “muçulmano” e “árabe”, como se tudo fosse sinônimo. É uma confusão tão grande quanto a diversidade de povos nessa parte do mundo.

Os limites do Oriente Médio são alvo de discussão. A depender da fonte, podem incluir 20 nações diferentes. E o Irã sempre é uma delas, embora não seja árabe. Os iranianos são persas. É o povo que remete ao rei Xerxes, consagrado nos cinemas pelo ator Rodrigo Santoro no filme 300.

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Irã passou a ser o nome desse lugar apenas em 1935. Antes, era Pérsia. Mas, de fato, a maior parte da população sobre essa terra, hoje, é muçulmana. Essa característica predomina na região, mas há quem seja exceção.

Ocidente oriental

De acordo com a CIA, 14 países formam a região. Um deles é Israel — majoritariamente judeu, apesar de parte dos habitantes seguir o Islã. A diferença fez surgir a Palestina, da qual fazem parte a Cisjordânia e, sob o comando terrorista do Hamas, a Faixa de Gaza.

Nas áreas sob controle israelense, o sistema é a democracia, com cultura ocidental, liberdade religiosa e tolerância — dentro dessas fronteiras, acontece a única parada gay do Oriente Médio. No restante, a tolerância diminui a cada bandeira.

Os muçulmanos no Oriente Médio

Com base no recorte da CIA, a região abriga 14 países e 13 têm maioria muçulmana. São eles: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait, Bahrein, Omã, Iêmen, Irã, Iraque, Síria, Líbano, Jordânia e Turquia.

Além de Irã e Israel, outro nome dessa lista não é controlado pelos árabes: a Turquia. Ali, o povo é turco — palavra bastante controversa para os brasileiros.

Confusão tropical

Muitas famílias no Brasil se originaram em algum dos países dessa parte do mundo. Erroneamente, se tornou costume chamar os membros de “turcos”. A raiz do equívoco é o Império Turco-Otomano.

Por séculos, os sultões otomanos ditaram as regras nesse pedaço do planeta. A capital do império era Istambul. Única cidade do mundo em dois continentes — Ásia e Europa —, ela faz parte da Turquia.

Contudo, a Turquia não é o berço da maior parte dos imigrantes da região que se estabeleceram no Brasil. A terra natal deles, geralmente, é o Líbano. De lá partiram muitos cristãos e judeus com destino ao Novo Mundo. Entre eles, os pais do ex-presidente brasileiro Michel Temer, descendente de católicos maronitas.

Atualmente, 60% dos moradores do Líbano seguem o Islã. Ainda assim, por um arranjo de convivência local, o presidente libanês é um cristão maronita — mesma fé de 30% dos eleitores.

Ao mesmo tempo, em outros lugares da área não há o cargo de presidente. Um desses casos é o da Arábia Saudita, terra onde a fé islâmica surgiu.

Negócios à parte

A Arábia Saudita funciona sob uma monarquia absolutista comandada pela família Saud: um híbrido de governantes e CEOs. Os sauditas se tornaram grandes aliados dos Estados Unidos, assim como os israelenses. Porém, as forjas dessas uniões são bem diferentes.

O vínculo dos norte-americanos com Israel se dá principalmente por semelhança: ambos são ocidentais. Com os sauditas, há outro valor em jogo.

Nos domínios da realeza predominam áreas ricas em nada. Abaixo do deserto ficam algumas das maiores reservas de petróleo do mundo. A riqueza jorra em volume suficiente para cobrir a intolerância.

Além disso, a família controla um oásis que atrai todo o mundo islâmico: Meca. Essa é a cidade mais importante para os muçulmanos. Lá nasceu o profeta Maomé, e está a Caaba. Nesse lugar, segundo a tradição islâmica, Abraão fez o primeiro altar para louvar a Deus — ou Alá. O local marca a direção para a qual todo muçulmano reza e que todos os fiéis têm a obrigação de tentar visitar ao menos uma vez na vida, o que representa uma grande fatia da população mundial.

O Oriente Médio tem cerca de 400 milhões de habitantes, e muitos deles não são árabes nem islâmicos. Ao mesmo tempo, o mundo islâmico é formado por 1,5 bilhão de habitantes. É mais gente do que as populações da China ou da Índia — que, aliás, também são lares para milhões de muçulmanos que não são iranianos nem árabes.


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