De contrato renovado com o Santos até o fim de 2025, Neymar participou de uma ação surpresa preparada divulgada clube neste domingo (19): uma entrevista coletiva formada apenas por seus amigos e familiares.

Ao se questionado por um de seus ‘parças’ sobre quem realmente é, o camisa 10 desabafou sobre as críticas que recebeu ao longo da carreira por seus atos dentro e fora das quatro linhas.

“É muito difícil responder esse tipo de pergunta [quem o Neymar é que as pessoas não sabem]. Eu não controlo o pensamento do próximo. Vocês sabem do meu dia a dia, do meu coração, no nosso interno, onde não tem câmeras. Vocês sabem, então é difícil responder quem não entende absolutamente nada na nossa vida. Eu peço paciência, todo mundo erra, todos são seres humanos cheios de sonhos, vontades e histórias. Não dá para saber o que passa naquele momento. Julgar é fácil, mas difícil é entender o que está por trás”, disse.

”É difícil assimilar quando falam algo errado de mim ou da gente, ou dos meus amigos, do meu pai, minha família. Normal ficar chateado, triste. Passei a carreira inteira um pouco triste por conta disso, de quem não me conhece falando da pessoa e não apenas do futebol. Sei que sou uma pessoa boa, é difícil confrontar. O que importa são vocês. Vocês conhecem meu coração. É o que me importa”, completou o atacante.

Neymar pediu ainda para que os críticos foquem mais no seu desempenho em campo do que na sua vida pessoal.

”Eu queria que dessem mais importância para o que realmente interessa: dentro de campo. Ali eu trabalho para fazer aquilo. Hoje em dia, com a internet, com a rede social que tem, é difícil as pessoas cobrarem só do atleta em si. Ainda mais no Brasil, no futebol. Qualquer outra profissão a galera cobra normalmente eu acho. É ruim, triste, ser julgado de uma forma, às vezes até odiado por quem não me conhece, que não está no dia a dia, que não sabe do esforço por mim e pelos meus. É difícil parar para ver na internet o que não é a realidade. Tenho mental forte com a internet, posso olhar, mas não machuca, não me machuca mentalmente. Me dói, fico triste, puto, mas não como eles querem”, declarou.

Ainda em tom de desabafo, o astro do Santos lembrou de uma frase que ouviu de seu pai ainda no início da carreira e falou sobre aposentadoria.

”Quando botei a faixa 100% Jesus, ele (pai) disse que a minha vida seria mais difícil que um cara normal. E eu sei que é. A vida no futebol vai acabar, meu nome vai ficar para o resto da história, mas vai acabar, anos passam, outros jogadores e gerações. Sempre falo que importam as pessoas que me conhecem. Quando eu decidir parar, vou ficar trancado em Mangaratiba e só vocês terão acesso. Se vocês me amam de verdade, estarão comigo. Se eu for uma pessoa ruim, estarei sozinho. Mas sei que não”, disse.

Por fim, Neymar foi perguntado pela própria esposa Bruna Biancardi sobre o motivo de continuar atuando. Sincero, o camisa 10, de 33 anos, respondeu que ainda se sente motivado.

“O que me move é o amor que sinto pelo futebol ainda. A vontade que sinto de jogar, de estar em campo. É o que me move todo dia, acordar, treinar. O amor que sinto pelo futebol nunca vai acabar. Vai ficar para o resto da vida. Uma hora o tesão de jogar, por eu não conseguir mais, não performar como eu quero, vai acabar. Aí vou decidir só ficar com vocês e aproveitar a vida. Enquanto eu tiver com tesão lá em cima querendo jogar futebol, você vai ter que me dividir, mozão”, brincou.