A ideia original era muito boa, criada por um time de quatro roteiristas. Em 6 de dezembro de 1980, o porta-aviões nuclear americano USS Nimitz com seus caças e helicópteros de última geração (para a época) está nas proximidades do Havaí. O porta-aviões passa por uma tempestade eletromagnética e viaja no tempo.
O poderoso Nimitz vai parar no dia 6 de dezembro de 1941, um dia antes do ataque japonês à base americana de Pearl Harbour. Seu capitão (Kirk Douglas) sabe que a agressão japonesa vai ser devastadora, e que vai colocar os EUA numa longa e dolorosa guerra que só vai terminar um ano depois com os bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki.
O que fazer? O poder de fogo do Nimitz pode aniquilar as forças japonesas em dias e poupar muito sofrimento. Mas a quebra das regras naturais do tempo pode provocar o “paradoxo do tempo”, com consequências apocalípticas. Como diz um dos personagens, “se eu voltar no tempo e matar meu avô, eu não vou nascer. E se eu não nascer, como vou voltar no tempo?”
Nimitz de Volta ao Inferno (“The Final Countdown”, 1980), dirigido por Don Taylor parte desse conceito muito interessante — e chega a lugar nenhum. Como teve plena colaboração da Marinha americana, as imagens das operações a bordo do porta-aviões são muito boas. Mas a ideia central do filme se perde por falta de recursos e termina sem muita lógica.
A única cena digna do conceito do filme é uma batalha aérea entre dois jatos F-14 Tomcat e dois velhos caças japoneses Zero da Segunda Guerra. Esse conflito entre duas eras militares não consegue ir além disso, pois este é um filme de uma época pré-computadores. Ele promete muito, mas não cumpre.
Com os recursos atuais do cinema, Nimitz de Volta ao Inferno poderia se tornar um grande espetáculo, ambicioso no seu conceito. É uma grande ideia à espera de uma nova chance. Disponível pela Amazon Prime.

