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Novo cobra explicações sobre saída da aliança do Holocausto

Deputados do partido Novo apresentaram nesta segunda-feira, 28, dois documentos oficiais na Câmara dos Deputados para cobrar explicações do Ministério das Relações Exteriores sobre a decisão do governo Lula de apoiar a denúncia de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) e, dias depois, retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).

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As medidas incluem um Requerimento de Informação e uma moção de repúdio encaminhada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN).

“A decisão unilateral e silenciosa de se retirar da IHRA, sem qualquer justificativa técnica, institucional ou moral, constitui um grave retrocesso diplomático, ético e civilizacional”, declararam os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS), Luiz Lima (Novo-RJ), Adriana Ventura (Novo-SP) e Gilson Marques (Novo-SC), autores da moção.

A saída do Brasil da IHRA foi confirmada por nota oficial do governo de Israel e divulgada pela imprensa depois do anúncio de apoio à ação sul-africana contra Israel em Haia. Para os parlamentares, a proximidade das decisões e a ausência de justificativas públicas indicam um realinhamento ideológico da política externa.

“A coincidência de datas e o silêncio do Itamaraty revelam uma estratégia diplomática enviesada, ideologicamente orientada e desconectada dos compromissos históricos do país.”

O Requerimento de Informação entregue ao chanceler Mauro Vieira contém 11 perguntas. Os deputados querem saber, por exemplo, se houve consulta à comunidade judaica antes da decisão, quais pareceres técnicos fundamentaram o apoio à denúncia e se houve avaliação prévia sobre as consequências comerciais e diplomáticas da medida.

O requerimento também questiona o uso, por parte do Itamaraty, de expressões como “massacres de civis” e “uso da fome como arma de guerra” contra o governo israelense. “Essa reorientação da política externa compromete a credibilidade internacional do Brasil e ameaça interesses comerciais, tecnológicos e estratégicos consolidados ao longo de décadas”, alertaram os deputados.

Os parlamentares também denunciam seletividade nas ações do Itamaraty e cobram coerência nas posições brasileiras em fóruns internacionais. “Por que esse tipo de ação internacional não foi adotado contra regimes como os de Nicolás Maduro, Daniel Ortega, Miguel Díaz-Canel, Ebrahim Raisi ou Vladimir Putin, cujas violações de direitos humanos são amplamente documentadas?”, questionaram.

Líder da bancada do Novo na Câmara, Marcel van Hattem foi ainda mais incisivo nas críticas ao Palácio do Planalto. “Não é de hoje que o Governo Lula tem colocado o Brasil como pária internacional, alinhando-se com regimes autoritários e trazendo prejuízos à diplomacia e ao comércio exterior. Os ataques à comunidade judaica são constantes, demonstrando inclusive um claro viés antissemita do governo Lula e do PT”, afirmou.

Vereadora do Novo reforça crítica à saída do IHRA

A crítica ao governo federal também chegou à esfera municipal. Em São Paulo, a vereadora Cris Monteiro, também do Novo, divulgou nota pública reprovando a decisão do Executivo de sair da IHRA. Ela definiu a medida como “um gesto político que carrega o peso do simbolismo errado”.

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A vereadora destacou que essa ação representa “o abandono da memória, da verdade histórica e da luta contra o antissemitismo”. Cris Monteiro acrescentou que “o Brasil não pode se tornar cúmplice do esquecimento”. Por fim, observou com firmeza: “Holocausto nunca mais.”

Os autores da moção e do requerimento cobram que o Brasil retome sua posição como membro observador da IHRA, restaurando o compromisso histórico com a preservação da memória do Holocausto e o combate ao antissemitismo. Para o partido, esse passo é essencial para resgatar a credibilidade da política externa brasileira.


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