Donald Trump está frustrado. E, como mostra a matéria da repórter Letícia Alves, sua frustração tem nome e sobrenome: República Federativa do Brasil. Segundo Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, o presidente dos EUA ficou “chocado” com a conduta do Brasil nas recentes negociações comerciais. Eis aí um sinal inequívoco: nosso país voltou a ser objeto da geopolítica norte-americana — não mais como parceiro confiável do Ocidente, mas como preocupação estratégica crescente diante de sua guinada totalitária.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A resposta de Trump foi clara e cirúrgica: tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras. Mas, ao contrário do que o economicismo da intelligentsia brasileira tenta nos fazer crer, não se trata aqui de simples protecionismo ou ajuste fiscalista. A tarifa é um ato de guerra — diplomática, comercial, ideológica. Trata-se de conter a transformação do Brasil em satélite tropical do eixo sino-russo-iraniano, uma cabeça-de-ponte autoritária fincada no coração da América Latina.


Os impactos da decisão de Trump
Não é a soja ou o minério que preocupam Washington, mas o sistema político que os embala: um regime em que tribunais superiores atuam como partido de governo, em que censores se disfarçam de juízes, e em que a diplomacia se transforma em linha auxiliar do Partido Comunista Chinês. Ao invés de se alinhar à tradição atlântica, o Brasil lulopetista preferiu acenar para os tiranos de Pequim e Moscou — e agora paga a conta.
Contrariamente ao que sugere a delirante retórica palaciana e farialimer, a medida de Trump não é uma afronta à soberania brasileira. É, antes, uma tentativa de preservar a soberania continental, hoje ameaçada pela corrosão institucional acelerada no Brasil. O que está em jogo não é uma tarifa de importação, mas a arquitetura de segurança hemisférica em tempos de Guerra Fria 2.0.
Trump compreende, como seus adversários fingem não compreender, que a liberdade não se sustenta em abstrações diplomáticas nem em fóruns multilaterais. Ela exige escolhas claras, custos elevados e vigilância permanente. Se o Brasil preferiu a servidão dourada das parcerias vermelhas, que arque, então, com o preço dessa escolha. E, não obstante as fantasias monetárias do descondenado-em-chefe, esse preço continuará a ser pago em dólar.

