Após a vitória por 3 a 2 sobre o Atlético-MG, neste domingo (20), no Allianz Parque, pelo Brasileirão, o técnico Abel Ferreira usou a entrevista coletiva para defender sua metodologia de trabalho no Palmeiras, ainda em relação ao desempenho no Mundial de Clubes, disputado recentemente nos Estados Unidos.
Em tom descontraído, mas firme, Abel falou sobre as variações táticas que tem promovido na equipe e usou uma analogia inusitada: a de um marido que, mesmo casado há muito tempo, evita a monotonia no relacionamento. A explicação por trás do paralelo é que, mesmo mantendo uma base sólida, o Verdão precisa estar em constante reinvenção para seguir competitivo.
“E quando você joga com uma equipe mais de encaixe, mais dinâmica, a dinâmica tem que ser maior. Mais dinâmico. E como fomos contra o Botafogo, hoje fizemos saída de três [na defesa]. Eu estou casado com a mesma mulher há muito tempo, há muito tempo, só que eu tenho uma coisa que não pode haver: monotonia. A mesma mulher, mas criativo. Fazer a mesma coisa, mas de maneira diferente”.
Abel reforçou que suas ideias táticas não são invenções próprias, mas sim inspirações em modelos que já funcionam entre os gigantes do futebol europeu.
“O futebol já foi inventado. Deixa fazer outra coisa. Eu não invento nada. Eu copio tudo. Eu não invento nada, copio tudo”.
O treinador português ainda citou exemplos internacionais para reforçar que o Palmeiras já utiliza há anos conceitos que hoje são aplicados por potências da Europa, como PSG e Chelsea, finalistas do Mundial.
“As melhores equipes do mundo fazem exatamente igual. É uma saída mais fixa com os laterais. O PSG faz com o português, lateral-esquerdo [Nuno Mendes], com o zagueiro, que foi o Marquinhos, e o outro também é brasileiro que jogou a final [Beraldo]. Só peço que vejam. Fazemos aqui no Palmeiras há quatro anos”.
Segundo Abel, é muito por isso que os representantes do Brasil conseguem atuar em alto nível:
“Por isso que os brasileiros são e foram muito competitivos contra as equipes europeias que têm uma forma de marcar menos zonal e mais de encaixe”, completou.