Vida suspensa por uma tornozeleira eletrônica e problemas psicológicos. Essa é a situação de Tifany Pires, trans de 27 anos presa em virtude do 8 de janeiro.
A Polícia Federal (PF) deteve Tifany no dia seguinte à quebradeira na Praça dos Três Poderes, no acampamento montado nas cercanias do Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília. Por isso, ficou na Papuda durante um mês. Conforme a defesa, Tifany estava no QG apenas para se manifestar contra o governo Lula.
Depois de sair da cadeia, em Brasília, voltou para casa, onde ajuda a mãe em um mini-mercado que funciona na própria residência a fim de ajudar a pagar as contas, que se acumularam no período da prisão.
Em 18 de dezembro de 2024, dois meses após um aditamento de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode resultar em uma condenação de até 17 anos de cadeia, Tifany saiu da Penitenciária Professor Aluízo Ignácio de Oliveira, em Uberaba (MG), cidade em que mora, para uma unidade em Teófilo Otoni (MG). De acordo com os advogados, a mudança se deu por Tifany ter sofrido ameaças e abusos de outros detentos. Segundo a PGR, a PF encontrou no celular de Tifany vídeos na Praça, o que comprovaria envolvimento no vandalismo. A defesa, contudo, refuta.
Purgatório dos envolvidos no 8 de janeiro
Apenas em 15 de maio deste ano é que a prisão de Tifany foi revogada. Dessa forma, Tifany aguarda o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Por ora, o STF já responsabilizou 898 pessoas pelo 8 de janeiro. O levantamento mais recente, publicado em janeiro deste ano, dá conta de 371 condenados.
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