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O inesquecível sorriso de Paulo Soares

A melhor maneira de descrever Paulo Soares é falar sobre a sensação que ele provocava. Encontrá-lo, a qualquer momento, resultava na imediata vontade de lhe dar um abraço. Ele estaria sorrindo e você sorriria de volta, mesmo que não quisesse. Isso é o que acontece com as unanimidades, as pessoas que melhoram o dia dos outros com a simples presença. Paulo Soares era assim. Se a afabilidade fosse um ser humano, seria ele.

Paulo tinha tudo que era necessário para ser um comunicador de sucesso: o carisma, a simpatia, a sensibilidade que toca as pessoas. Tinha tudo o que era necessário para ser um narrador brilhante: a paixão, a voz, o gol que saía da alma. Principalmente, tinha tudo o que era necessário para ser um amigo essencial, daí seu apelido, Amigão, não ser apenas uma boa escolha, mas uma extensão de sua existência, um nome que a vida lhe deu. E tudo isso que ele tinha, como comunicador, narrador e amigo, era autêntico, real, quase uma miragem num tempo em que tanta gente se esforça tanto para parecer o que não é.

O Paulo do rádio e da televisão era exatamente o mesmo que você encontraria na rua, no trânsito, entrando ou saindo de um estádio de futebol. Sempre de braços abertos, incapaz de uma descortesia, preocupado com os outros. Por mais breve que fosse o encontro, seria suficiente para compreender o apelido e se sentir mais um amigo daquela figura agradável, expansiva, de sorriso permanente e distribuído até a quem não merecia. Paulo era exemplarmente educado. Se você tivesse um problema com ele, a culpa era sua. Se você não gostasse dele, o problema era seu.

Nós todos gostávamos muito dele. Mas muito. A ponto de sempre acreditarmos que suas lutas com a saúde seriam passageiras e que, quando menos esperássemos, ele entraria na redação para retomar nossa convivência e o trabalho que ele fazia com a excelência dos que não aceitam menos de si próprios e, generosos, perdoam todas as nossas falhas. Paulo fez parte das primeiras equipes da ESPN. É um de nossos fundadores. A dor de sua partida tão cedo é especialmente dilacerante para os que estamos aqui desde o começo. É um de nós que se vai, levando consigo uma parte de todos.

Para honrá-lo da forma que ele merece, hoje, nós não choramos, hoje, nós não sofremos. Hoje, nós nos juntamos, nos abraçamos e celebramos o inesquecível sorriso de Paulo Soares.

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