O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar as ações de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Durante discurso na cúpula do Brics, nesta sexta-feira, 4, no Rio de Janeiro, o petista afirmou que a ONU se tornou “insignificante” por não conter o que classificou como “genocídio israelense” e por não defender a criação do Estado da Palestina.
Segundo Lula, a organização, que um dia viabilizou a criação do Estado de Israel, hoje se mostra incapaz de promover a paz ou garantir os direitos dos palestinos.
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“Há muito tempo eu não via nossa ONU tão insignificante como vemos hoje”, disse o presidente. “Uma ONU que foi capaz de criar o Estado de Israel, mas não é capaz de criar o Estado palestino. Não é capaz de firmar um acordo de paz para que o genocídio do Exército israelense continue matando crianças e mulheres inocentes em Gaza.”
Lula ainda afirmou que a crise atual não é econômica, mas política. Nesse contexto, o petista lamentou a ausência de lideranças globais capazes de conduzir soluções diplomáticas.


“O problema nosso não é nem econômico; o problema nosso é político”, argumentou Lula. “Há muito tempo eu não via o mundo tão carente de lideranças políticas como vemos hoje.”
As declarações ocorreram durante a abertura da 10ª reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics. Estão presentes no evento a presidente da instituição, Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e conselheiros do banco.
A reforma dos organismos internacionais, como a ONU, é uma das prioridades do Brasil na presidência do Brics. O tema deve constar na declaração final da cúpula, marcada para os dias 6 e 7 de julho.
Lula ataca “austeridade” e propõe nova moeda para o comércio global
Durante o encontro, Lula também criticou o “modelo de austeridade” e defendeu a criação de uma nova moeda para o comércio internacional. A proposta faz parte da agenda de desdolarização promovida por países como China e Rússia, mas enfrenta resistência dentro do próprio bloco.
“O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo”, ponderou o petista. “A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levaram os países a ficarem mais pobre. Toda vez que se fala de austeridade o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico. É isso que acontece no mundo de hoje e é isso que temos que mudar.”
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O tema já gerou reações contrárias de governos ocidentais e provocou ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.