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O músico de metal que estampou bandeiras de Trump durante show nos EUA

Apresentação recente do W.A.S.P. em Nova York ficou marcada por discurso onde o líder Blackie Lawless classifica político como “patriota”

Fãs que estiveram no show realizado pelo W.A.S.P., cultuada banda americana de hard rock/heavy metal, no Hammerstein Ballroom em Nova York, Estados Unidos, no último dia 16 de novembro, se surpreenderam com uma manifestação política por parte da banda. O vocalista e guitarrista Blackie Lawless fez um discurso elogioso a Donald Trump e, na sequência, o grupo passou a estampar faixas em apoio ao empresário e político, recém-eleito presidente do país.

A situação se deu antes da execução da última música do repertório, “Blind in Texas”. Conforme transcrição do site Blabbermouth, Lawless comentou de início que estava “na cidade apropriada para fazer” sua declaração. Em seguida, ele relembrou a criação do comitê americano Parents Music Resource Center (PMRC), que em 1985 tentou censurar músicas com conteúdo tido como “controverso”, discutindo sexo, violência ou uso de drogas.

Blackie afirmou:

“Quando crescia, nunca imaginei que seria jogado em uma situação sobre a qual eu não teria controle. No ano que vem, fará 40 anos de uma situação chamada de PMRC. E houve audiências em Washington, D.C. Frank Zappa [músico] e eu conversamos sobre os males relacionados a isso. Censura é uma coisa feia, não só na música.”

O músico reforçou que a liberdade de expressão é garantida na primeira emenda da constituição americana. Todavia, ele crê que a censura esteja se mostrando novamente na sociedade, “desta vez na internet e afetando cada um de nós”, ainda que não especifique o cerceamento em questão. Citando a presença de Trump em um evento no Madison Square Garden, em Nova York, no mesmo dia em que o show do W.A.S.P. acontecia na cidade, ele completou:

“Você pode não estar ciente, mas bem ao nosso lado aqui no Madison Square Garden, há um homem que sofreu tentativas após tentativas de assassinato. Esse homem defendeu este país. Sou apaixonado por duas coisas: liberdade de expressão e ser um patriota. Não me importo com seu partido; você precisa ser um patriota. Estou disposto a morrer por este país. Eu acredito muito nisso. E aquele homem ao lado [Trump] acredita nisso também.”

Além das bandeiras com os escritos “Trump 2024” colocadas nas laterais do palco, o W.A.S.P. exibiu no telão uma foto do futuro presidente americano em 13 de julho de 2024, quando sofreu um atentado durante um comício na Pensilvânia. Confira vídeos a seguir.

O que diz Blackie Lawless sobre seu discurso

Blackie Lawless foi convidado a abordar seu discurso durante uma sessão de perguntas e respostas com fãs dias depois. O músico, que conta com o brasileiro Aquiles Priester como baterista do W.A.S.P. e estará no país em maio para se apresentar no festival paulistano Bangers Open Air, declarou que o discurso “não era só sobre Donald Trump”, mas sim “sobre os Estados Unidos”.

“Pensamos nisso por uma semana, se faríamos aquilo ou não. O que faríamos se houvesse consequências? Pensei: não importa se há consequências, porque quando você vê a censura das gigantes da tecnologia, é a mesma coisa que de 40 anos atrás com a PMRC. Só tem um nome diferente agora. A primeira coisa que qualquer governo faz quando toma o poder é tomar as ondas de rádio. Se você censura a fala, pode controlar o pensamento ou acovarda as pessoas para que elas tenham medo de falar.”

Na opinião de Lawless, Trump tem “grandes asas de bronze” por “passar pelo que passou”. Novamente definindo o político como um patriota, o músico disse:

Thomas Jefferson [terceiro presidente da história dos EUA] disse: a árvore da liberdade deve ser substituída de tempos em tempos pelo sangue de patriotas e tiranos. E eu o vejo como um patriota. Meu discurso estava interessado em abordar duas coisas: censura e patriotismo. Se alguém está disposto a morrer pelo que acredita, preciso estar do lado deles.”

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