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‘O naufrágio moral de Haddad’

Espera-se de qualquer ministro de Estado, pelo menos em países sérios, um mínimo de estatura moral, nem que seja apenas para efeito de exibição pública — um pouco daquilo que os romanos chamavam de gravitas, a soma de compostura, temperança e educação que se espera de todo cidadão que se dispõe a exercer algum tipo de função pública. Num governo com os 40 ministros que Lula escolheu seria uma óbvia perda de tempo esperar qualquer coisa parecida com isso. Mas também não era preciso exagerar. A coleção de ministros que está aí exagera.

Não tem a menor consequência com a maioria das nulidades estruturantes que estão nesse ministério-multidão — o que esperar, por exemplo, da figura que se apresenta como ministra da “Inovação”, por exemplo, ou do cidadão que você paga para cuidar da “reforma agrária”, ou algo assim? Ninguém nem sabe que eles existem; tanto faz, então, como se comportam. Basta esperar o pior deles todos e ninguém sai decepcionado. Mas quando se trata do ministro da Fazenda o buraco é mais embaixo.

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O Ministério da Fazenda, por mais que a população queira estar o mais longe possível da sua capacidade de fazer o mal, é uma vitrine do Estado. Olhe para ela, e o que você vê à sua frente é um roteiro de como funciona o governo. O Ministério da Fazenda, no Brasil do Lula III, parece uma vitrine de loja de Havana — não há nada ali que preste, o que há faz mal à saúde e o gerente vive querendo denunciar à polícia quem faz alguma reclamação. A impressão que se tem é a pior possível. Para um país que precisa desesperadamente dar um tipo de impressão pelo menos neutra, é realmente uma mosca na sopa.

O chefe de Haddad

O responsável direto pela desordem da economia brasileira, obviamente, é o presidente da República — mesmo porque Fernando Haddad só é ministro da Fazenda para não haver nenhum risco de que abra a boca para discordar de Lula em alguma coisa. Mas a postura ética abismal de Haddad diante das responsabilidades do seu cargo, e a sua conduta no dia a dia como ministro, agravam mais ainda o conjunto da obra como um todo.

O pecado original, a partir do qual nada mais deu certo e jamais poderia dar, foi a sua declaração, bem na hora em que estava assumindo o cargo, de que não entendia nada de economia. Se não entendia, e não entende mesmo, porque raios aceitou ser ministro de uma área essencial para o bem-estar do país? Isso não é ser sincero, ou modesto. É ser irresponsável. Ninguém pode fazer uma operação a cérebro aberto se não for médico-cirurgião. Não pode guiar um Boeing se não for piloto de avião. Por que poderia ser ministro da Fazenda do Brasil?

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A “morte” de Haddad

Fernando Haddad morreu como gestor da economia no dia em que confessou a sua ignorância fundamental no assunto — e não ressuscitou até hoje. Ao renunciar às suas obrigações, na hora em que deveria transmitir confiança à população que lhe paga o salário, abriu mão do respeito que se exige de um ministro de primeira linha. Seu desempenho no cargo, desde então, tem sido uma calamidade serial, coroada agora pela derrota da sua proposta de aumento do IOF por 383 a 98 — um dos piores desastres já registrados na história parlamentar deste país.

Haddad tornou-se uma piada nacional como o “Taxad” — o maníaco do aumento perpétuo de impostos. Disse, para os efeitos práticos, que contestar as decisões do Estado é “crime”. Põe a culpa de seus fracassos nas fake news que vê por todos os lados. Acreditou que seria possível resolver todos os problemas da economia brasileira obedecendo a Lula. Passou a achar que a única função do Estado é cobrar imposto e que a única utilidade dos cidadãos é pagar as contas que o governo Lula lhes manda. No momento, é um voluntário da pátria na guerra contra os “ricos”. Promete, por tudo o que tem dito e feito, ficar cada vez pior.

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