O Bahia é o maior campeão da Copa do Nordeste. A equipe superou o Confiança por 5 a 0 no sábado (6), depois de ter goleado por 4 a 1 na ida, e chegou ao quinto título da competição, ultrapassando o rival Vitória, que tem quatro, e se isolando no topo. A busca do Tricolor, agora, é por protagonismo nacional – e enxerga um caminho para isso.
“É a construção de um projeto. O Bahia é um clube gigante, com uma torcida muito grande, uma história muito bonita. Cheguei após a ascensão de uma Série B (no fim de 2022), e era importante uma reconstrução. Estamos tentando crescer ano a ano, melhorar como equipe, organização e gestão para que possamos competir cada vez em um cenário mais alto do futebol brasileiro”, disse Cadu Santoro, diretor executivo do clube, à ESPN, durante a Confut, uma das maiores conferências de negócios de futebol da América do Sul.
“No nosso primeiro ano de projeto, após o retorno à Série A, tínhamos um objetivo muito claro de manutenção da equipe, e foi bastante sofrido, não foi da forma como queríamos, mas cumprimos o objetivo. No segundo ano queríamos terminar na primeira parte da tabela. Queremos crescer ano após ano, estar sempre nos primeiros clubes da tabela, sempre disputando torneio internacional. Consistência, gestão e desenvolvimento são partes importantes disso”, completou.
Cadu Santoro foi contratado no fim de 2022. A equipe terminou o Brasileirão de 2023 na 16ª colocação, escapando por pouco da zona de rebaixamento. No ano seguinte, ficou em oitavo e, após passar por fases prévias da Libertadores, conseguiu disputar a fase de grupos do torneio continental.
Na temporada atual, o Bahia é o quarto colocado do Campeonato Brasileiro. O time também está nas quartas de final da Copa do Brasil, e venceu a partida de ida, contra o Fluminense, por 1 a 0. O jogo de volta será disputado na próxima quarta-feira (10), no Maracanã.
Para seguir sonhando nas duas competições, o clube se reforçou na janela de transferências encerrada na última semana. O time comprou Luiz Gustavo, do Vasco, e Mateo Sanabria, do Al Ain, além de levar João Paulo, goleiro do Santos, por empréstimo.
“O mercado mudou muito. O investimento dos clubes brasileiros aumentou de maneira importante nos últimos anos. A gente vem tentando melhorar a equipe, fazendo sempre com muita responsabilidade, com coisas que cabem no nosso orçamento. Fazemos o que podemos, não o que não podemos. Isso é importante. Se queremos competir em nível alto, o investimento é parte importante disso”, avaliou Cadu Santoro.
Os investimentos, aliás, aumentaram desde a chegada do Grupo City, em 2023, mas o diretor acredita que o projeto não depende apenas dos donos da SAF. As decisões, segundo ele, são sempre locais.
“O Grupo City tem o futebol como negócio. A gente naturalmente tem todo um apoio, mas é sempre importante deixar claro que cada clube tem seu poder de decisão. Então, por mais que a gente tenha muita interação, discussão com o grupo, com os proprietários, na hora da decisão isso é local. A gente tenta tomar decisão de acordo com o que é importante para nosso crescimento”, explicou.
“Existem diferentes modelos de clubes dentro do grupo. Foi externado que o Bahia veio para ser o segundo clube mais importante do grupo. Obviamente que o primeiro é o Manchester City, pelo tamanho, por tudo que as competições europeias possuem, mas queremos crescer e brigar na parte de cima, é parte do que buscamos como projeto esportivo”, seguiu, destacando, na sequência, que há independência até mesmo para os possíveis casos de intercâmbios de atletas.
“É natural que, como há diretores de futebol, head scouts (setor de mapeamento e busca de jogadores) de todas as equipes, exista uma interação e integração entre todos os clubes, mas o poder de decisão é sempre local. Não há um caso de que um clube precisa trazer um jogador de outra equipe necessariamente. A decisão é nossa, local. Claro que, se existe um atleta que temos interesse dentro do grupo, a conversa é mais amigável, mas a decisão é sempre de cada time”, finalizou.
