Quando uma nação entra em guerra, a maior perda é a das vidas humanas. Entretanto, uma questão prática sempre vem à tona: o que vai faltar nas prateleiras? No conflito contra o Irã, também há esse temor, ainda que em menor medida, pois o país não tem as melhores relações comerciais com o Ocidente.
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Na terra dos aiatolás, o grande trunfo seria o petróleo. Mas o isolamento comercial reduz o impacto sobre o mundo livre.
O Brasil, por exemplo, não compra petróleo iraniano há anos, embora se sirva de derivados desse mineral com origem no país persa. As últimas importações oriundas da indústria petrolífera iraniana foram de betume, em 2024. Trata-se de um material com aplicação recorrente na pavimentação de estradas — algo bem menos valioso que combustíveis, como o óleo diesel e a gasolina. E nada de volumes gigantescos.
A venda de betume do Irã para o Brasil, em 2024, não chegou a US$ 100 mil. Somando os embarques ao longo de todo o ano, foram US$ 91 mil por 228 toneladas. Em volume, equivale a quase 230 caixas-d’água comuns, iguais às de uma casa simples.
É o equivalente a uma curva fechada em uma imensa estrada, quando comparada ao consumo nacional. O Brasil aplica 5 milhões de toneladas de betume por ano.
Se não é petróleo, o que o Brasil compra do Irã?
De janeiro a maio de 2025, as vendas de produtos iranianos para o mercado brasileiro movimentaram US$ 27 milhões. A cifra perde para a de Luxemburgo, país tão populoso quanto Jaboatão dos Guararapes, município no meio de Pernambuco.
A ureia é o produto iraniano mais vendido para o Brasil em 2025 até o momento. As exportações renderam US$ 20 milhões por 60 mil toneladas.
O uso da ureia se dá principalmente na fabricação de fertilizantes para a agricultura. O produto é de extrema importância para um setor vital da economia nacional. Contudo, a fatia persa representa menos de 3% das importações brasileiras.
No ranking do que o Brasil ainda compra do Irã, a segunda posição é dos pistaches. Nesse mercado, a porção iraniana não é desprezível — representa 21% do consumo nacional. Todavia, mesmo nesse caso, os aiatolás não são os maiorais. Eles perdem para os norte-americanos, responsáveis por 78% de toda a oferta dessa iguaria nas mesas dos brasileiros.