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O que pode ter incomodado Alcaraz na saída do Flamengo?

O meia Carlos Alcaraz resolveu desabafar neste sábado sobre sua saída do Flamengo. Após amistoso do seu atual time, o Everton, o jogador agentino se mostrou incomodado com o que ouviu em sua saída do Brasil, falou em ‘mentiras’ e garantiu que queria ter seguido vestindo a camisa rubro-negra.

“Só tenho que dizer que tudo que disseram de mim é mentira. Só tenho isso a dizer. Falaram muitas coisas de mim. Filipe (Luís), (José) Boto e eu sabemos por que eu decidi sair. Só isso! Que as pessoas fiquem tranquilas. Eu realmente queria ficar no Flamengo, queria ficar porque sei o nível de jogador que sou. Tentaram colocar as pessoas contra mim”, disse Alcaraz em entrevista exclusiva à ESPN.

“Depois que falaram que não encontraram a posição, obviamente que não gostei. Sou jogador e posso me acomodar em qualquer posição”, completou.

Mas, afinal, quais foram as “mentiras” as quais ele se refere? Qual declaração pode ter incomodado o jogador?

Alcaraz não foi claro sobre o que se referia. Mas o ESPN.com.br levantou o que disseram o diretor José Boto e o técnico Filipe Luís na ocasião. E são as declarações do cartola que foram mais desmentidas pelo meia argentino.

“A decisão de negociar o Alcaraz foi tomada após uma análise detalhada, considerando tanto a visão da comissão técnica quanto os interesses do clube. Trata-se de um grande jogador, mas, dentro do modelo de jogo adotado, entendemos que ele teria poucas oportunidades para desempenhar seu melhor futebol. A negociação garante uma boa oportunidade para o atleta seguir sua carreira com mais protagonismo e, ao mesmo tempo, respeita a estratégia financeira e esportiva do clube”, explicou José Boto na nota oficial do Flamengo que comunicou a saída de Alcaraz.

“A decisão de sair foi dele. Nós colocamos nas mãos dele essa decisão. Apareceu uma proposta que era boa para o clube. Mesmo sendo um bom jogador, não era um jogador fundamental para o clube nesse momento. Não quer dizer que não poderia ser. Mas a decisão de sair foi dele”, disse Boto depois do título do Flamengo na Supercopa do Brasil, o primeiro jogo após a saída de Alcaraz.

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O FORTE DESABAFO de Filipe Luís sobre a saída de Alcaraz do Flamengo: ‘Sinto que é um fracasso meu’

Treinador do Flamengo falou após título da Supercopa neste domingo (2)

As duas declarações têm elementos contestados por Alcaraz neste sábado. O mais claro é sobre a decisão de sair, já que o argentino garantiu que queria ter ficado. Mas a fala sobre as “poucas oportunidades para desempenhar seu melhor futebol” no modelo de jogo do Flamengo também podem ter incomodado – já que o jogador também rebateu dizendo que pode se adaptar a várias posições.

No mesmo dia do título do Flamengo na Supercopa do Brasil, o técnico Filipe Luís deu uma longa declaração sobre a saída de Alcaraz. E também repetiu que a decisão de sair havia sido do jogador, após uma conversa entre os dois em que Filipe teria sido bem claro sobre o argentino estar atrás de todos os rivais na disputa por posições.

Veja abaixo a fala completa de Filipe Luís:

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Boto é direto sobre saída de Alcaraz do Flamengo: ‘A decisão foi dele’

O meia argentino foi emprestado ao Everton, da Inglaterra

“Para começar, digo como trabalho. Eu olho e fixo nos pequenos detalhes, em tudo o que o jogador me apresenta durante o dia trabalhando comigo. Se chega no horário, se ele se esforça no aquecimento, se é líder ou líder silencioso, se brinca no treino, se leva a sério, se ele presta atenção no vídeo. Absolutamente tudo! Se ele se interessa pela fase ofensiva, defensiva, se quer aprender, se tem vontade, ambição, com ele quem se dá bem ou não… Eu olho absolutamente tudo de todos eles deles.

Por que eu falo isso? Quando falei com Boto – e minha relação com ele é espetacular porque ele entende perfeitamente o que eu sinto como treinador porque ele já foi treinador, nós temos uma sintonia grande. Quando a gente se conheceu, dia 23 de dezembro lá em Portugal, a gente falou de todos os jogadores. E eu falei quais estavam bem, quem não estava tão bem, expus a ele a minha preocupação com o Alcaraz, foi contreatação muito cara e é meu dever tirar o melhor rendimento dele. De todos eles.

Por que digo isso? Porque nós podemos falar do Alcaraz do mesmo jeito que falo do Plata. Quando cheguei aqui, os dois estavam no banco de reservas. E cada vez que o Plata iria jogar, seja de ponta direita, esquerda, no ataque, na meia, ele potencializava, melhorava o time. E o Alcaraz não estava tão bem, e eu falava com ele. Ele dizia que sabia que não estava bem, que iria melhorar, que era coisa dele. O Plata melhorava cada vez que entrava. Chega um momento que o Plata arromba a porta do treinador e diz ‘eu vou jogar nesse time’. Então não é o modelo de jogo, o treinador tem que fazer o modelo de jogo pra esse jogador. Quando o Pedro voltar, o treinador vai fazer esse modelo de jogo para o Pedro, o time vai se adaptar ao Pedro, não tenha dúvida que é o melhor 9 do Brasil e o time vai se adapatar para ele.

Mas o que quero dizer com tudo isso? Que eu olho o momento, e se o jogador não falar no campo, não dá! Eu não dou nada de graça para ninguém, nada, jamais!. Tem que mostrar que está no nível para jogar. Como mostrou Michael, que tava no banco, Evertton Araújo, que era quarto volante, improvisei e ele falou no campo. O Evertton no primeiro momento não se adaptava ao meu modelo, hoje ele é fundamental para mim. O jogador fala no campo e eu vou adaptando o time em realação aos jogadores que eu que tenho. A filosofosia não muda, time pressionando, que é impositivo, que quer dominar o jogo e tudo isso.

O Alcaraz me chamou quinta-feira de manhã para conversar e falou ‘Filipe, quero conversar, tenho oferta do Everton e quero saber tua opinião. Você conta comigo ou não?’ E eu fui muito sincero com ele. Falei: ‘você nesse momento está atrás dos que estão na posição. Você pode disputar posição com Arrascaeta, mas tem o Gerson que joga aí. Você pode disputar de volante, mas tem 4 volantes. Você está atrás hoje de todos eles. É questão sua querer lutar e brigar pelo lugar no time. Ele disse ‘ok, eu aceito, sei que não estou bem, sei que sou eu e eu vou brigar pelo lugar no time’. Falei o que achava que ele precisava melhorar, uma conversa sincera. Ele disse ok’. Vou tentar hoje em uma oportunidade para demonstrar’. Jogou, jogou bem e fez o gol. E no outro dia, ele decidiu sair.

Fico triste porque eu sinto que é um fracasso meu, dele ter saído, dele não ter dado certo na minha mão. Mas é verdade que pelo investimento feito, era a preocupação que tinha. E eu falei para o Boto que estava preocupado com ele porque é um investimento alto e não estou tirando o melhor rendimento dele. A conversa foi muito franca e ele decidiu partir para o Everton. Acredito que ele possa ser feliz, mandei mensagem, me respondeu. Adoro o Alcaraz. Por que ele sempre teve minutos? Foi um dos jogadores que mais teve minutos entrando no segundo tempo desde o ano passado. Porque ele é o tipo de jogador que não desiste, que quer aprender, que tenta, luta, se esforça. E quando a coisa está dando errado, ele corre, corre e corre. Então eu insisti nele até o final. Nem todo mundo vai dar certo, o futebol é assim, são ciclos. E eu espero que seja feliz, porque adoro esse moleque. Me sinto em dívida com ele – e falei na minha mensagem para ele – porque não tirei o melhor dele”.

Alcaraz chegou ao Rubro-Negro em agosto de 2024 por 19 milhões de euros (cerca de R$ 117 milhões nas cifras da época) junto ao Southampton, a contratação mais cara da história do clube à época. Mas ele disputou apenas 19 partidas pelo clube – com três gols marcados e duas assistências.

Em fevereiro de 2025, o jogador foi emprestado ao Everton, que pouco tempo depois exerceu a sua compra em definitivo por 18 milhões de euros fixos (cerca de R$ 115 milhões), com possibilidade de mais 3 milhões de euros (R$ 19,2 milhões) em bônus por metas esportivas.

Na Inglaterra, o meia de 22 anos disputou 16 jogos e registrou dois gols e três assistências, se firmando rapidamente no time após o período no Flamengo.

Vale lembrar que Alcaraz foi uma contratação da antiga diretoria do Flamengo, capitaneada por Marcos Braz e Bruno Spindel. Já com a nova direção, chegaram a vazar rumores vindos da nova direção do presidente Luiz Eduardo Baptista de que o argentino teria sido contratado sem o aval do departamento de scout – algo que Marcos Braz, por exemplo, negou.

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