Não é hora de caça às bruxas. Mas também não dá para fingir que nada aconteceu. A missão do Palmeiras no Mundial de Clubes da Fifa beirava o impossível. E todos sabiam disso.
Enfrentar os maiores orçamentos do planeta, com elencos bilionários e recheados de estrelas internacionais, era tarefa hercúlea até mesmo para o clube mais bem gerido e financeiramente estável do Brasil. Ainda assim, o Verdão fez sua aposta.
Abriu mão do primeiro trimestre, perdeu o Paulistão para o maior rival e colocou todas as fichas em um único objetivo: o tão sonhado título mundial. Mas agora, com a eliminação sacramentada, a pergunta que paira no ar é inevitável: valeu a pena?
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Na prática, o que se viu foi um desempenho burocrático, sem brilho. Vitória protocolar sobre os egípcios do Al-Ahly. Empates contra Porto, de Portugal, e Inter Miami, dos Estados Unidos. Classificação suada diante do Botafogo, apenas na prorrogação.
Quando realmente importava, derrota para um Chelsea econômico (que, diga-se, poderia ter feito mais gols, especialmente no primeiro tempo e na reta final do confronto).
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Situação do Palmeiras depois da disputa do Mundial
Agora, o time volta ao Brasil sem o título mundial, sem Estêvão (já negociado) e sem Paulinho, que, segundo o próprio treinador Abel Ferreira, precisará passar por nova cirurgia.
E aí que entra a dúvida, incômoda até para os mais fanáticos: foi acertado sacrificar boa parte da temporada por um troféu que, no íntimo, o clube sabia que era quase inalcançável?
A resposta talvez demore a vir. Mas, no calor da eliminação, a sensação é clara: a obsessão por calar os rivais e encerrar de vez a eterna piada do “sem Mundial” custou caro. Caríssimo.
Afinal, com o grupo cabisbaixo depois do insucesso nos EUA, o clube de elenco mais valioso da América do Sul corre o risco real de terminar o ano de mãos abanando. A não ser que Abel consiga tirar um novo coelho da cartola (o que, dada a capacidade do português, a gente não pode duvidar).