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Oli Sykes (Bring Me the Horizon) teve recaída em drogas durante a pandemia

Pausa súbita forçada pelas medidas de distanciamento social colocou vocalista em crise de saúde mental e o forçou a reexaminar relação com trabalho

Além do impacto direto da covid-19, a pandemia também trouxe uma crise de saúde mental em diversos países. Diante dessa situação, pessoas não procuravam ajuda e optaram por se automedicar. Esse foi o caso de Oliver Sykes.

O vocalista do Bring Me the Horizon sofreu uma recaída em drogas durante o período de distanciamento social, provocado pelo período atípico. Em entrevista ao Loudwire, o inglês, que é casado com uma brasileira e mora no país há alguns anos, contou como a mudança drástica de rotina o afetou.

Ele disse:

Eu voltei a usar drogas durante a pandemia. Acho que foi simplesmente porque estava acostumado a estar desgastado. Quando a pandemia chegou e eu não tinha tanta coisa para fazer, eu fiquei tão entediado por não estar acostumado a ser uma pessoa real que tive uma recaída.”

Sykes revelou que o medo do Bring Me the Horizon perder todo o ímpeto adquirido antes da pandemia o colocou em um estado mental de fragilidade. Até ali, sua ética de trabalho ditava um ritmo frenético, pois qualquer interrupção poderia ser fatal para a banda.

Eu costumava achar que meu sucesso era baseado na mentalidade: ‘Se pararmos por um minuto, nossa banda vai cair por terra, ninguém vai gostar da gente, não seremos mais grandes. Temos sempre que fazer músicas novas, precisamos nos motivar, precisamos fazer isso e aquilo, não temos um álbum’.”

Bring Me the Horizon (Foto: Divulgação)

Reduzindo o ritmo e impondo limites

Foram quatro anos entre o Post Human: Survival Horror (2020) e Post Human: Nex Gen (2024), os dois lançamentos mais recentes do Bring Me the Horizon. Nesse período, Oli Sykes precisou reestruturar seu processo mental — e naturalmente as ideias tipicamente ansiosas foram deixadas de lado. O vocalista disse:

Eu percebi depois do álbum Post Human: Survival Horror, de pensar: ‘Preciso parar de pensar assim.’ Eu percebi que mesmo se for verdade, qual o custo de viver assim?”

O cantor também contou que precisou estabelecer limites. A carga de trabalho do Bring Me the Horizon segue pesada, mas Sykes aprendeu a balancear suas vidas profissional e pessoal.

Parte disso foi fazer questão de não me sobrecarregar, sabe? Não dedicar todos os dias da minha vida, abrindo mão de tudo – férias, folgas, fazer outras coisas, passar tempo com minha família e amigos.”

Quanto ao futuro do projeto Post Human, haverá, sim, continuidade à tetralogia anunciada. Mas sem pressa para o próximo capítulo.

Nós ainda vamos fazer mais Post Human. Mas pode demorar dez anos, sabe… sem pressão. Não estou. Não vou arruinar minha própria vida só pra que saia ano que vem ou coisa assim.”

Oli Sykes e o passado com drogas

Oli Sykes falou abertamente sobre seu uso de drogas em outros momentos. Em 2015, por exemplo, revelou ao NME que o álbum Sempiternal (2013) — considerado o momento no qual o Bring Me the Horizon atingiu o mainstream — foi composto após ele se recuperar de um vício sério em cetamina, quase responsável por sua morte.

Na época, o cantor declarou discordar bastante com a metodologia de tratamento de dependentes químicos. Segundo a entrevista de 2015, a partir do momento no qual parou com as drogas, ele nunca mais sentiu vontade de usar novamente e estava curado.

Em outra entrevista ao mesmo NME, em junho de 2024, o músico reconheceu seus erros. Ele percebeu que não estava curado das drogas, apenas distraído por todo o resto:

Foi o começo de perceber que não estava tão consertado quanto achava que estava após a reabilitação.”

A nova experiência na reabilitação ofereceu uma perspectiva melhor com relação à saúde mental. Agora, o artista — que se apresentará em São Paulo no próximo dia 30 de novembro — diz saber que o processo é contínuo.

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Colaborou: Pedro Hollanda.

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