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Onde Boca Juniors ‘peita’ Bayern (ou qualquer rival do Mundial)

Quando Boca Juniors e Bayern de Munique se enfrentarem nesta sexta-feira (20), às 22h (de Brasília), em Miami (EUA), estarão frente a frente dois dos clubes com mais sócios do mundo. Juntos, os adversários do Grupo C do Mundial de Clubes somam mais de 700 mil associados.

O maior número é dos gigantes alemães, que atingiram, no último mês de fevereiro, 400 mil sócios, marca que apenas o Benfica, de Portugal, também ostenta no mundo. Os argentinos, contudo, vêm logo atrás, com mais de 320 mil, quase “empatado” com o rival River Plate (350 mil).

Nenhum clube brasileiro consegue chegar próximo dessas quantias, com o Palmeiras, segundo rankings mais recentes, sendo o líder do país no quesito, com quase 200 mil filiados (incluindo sócios-torcedores). O Barcelona, por exemplo, tem pouco mais da metade dos sócios do Boca apenas.

Só que diferentemente do que acontece com os europeus, o Boca tem em seus sócios parte fundamental de seu faturamento. O clube ganha mais com seus filiados do que com direitos de transmissão, publicidade e mesmo com transferências de jogadores.

Segundo o último balanço do Boca, de junho de 2023 a junho de 2024, as mensalidades de sócios representaram mais de 37 bilhões de pesos argentinos (cerca de 28 milhões de euros ou R$ 176 milhões). Venda de atletas, por exemplo, geraram 26,2 bilhões de pesos no mesmo período.

Os torcedores também ajudam o Boca a ter nas receitas de bilheteria sua segunda maior fonte de renda, com 35 bilhões de pesos argentinos (R$ 165 milhões na cotação atual).

No Bayern, o dinheiro, claro, é incomparável. O clube é um dos mais ricos do mundo, tendo faturado 951,5 milhões de euros (quase R$ 6 bilhões) na temporada 2023/24.

Mas é importante diferenciar o modelo sob o qual os adversários operam. Enquanto, na Argentina, não existe clube-empresa (ou SAFs, como no Brasil), o Bayern tem uma divisão entre uma companhia que comanda o futebol e a associação – que é dona da maior parte, 75%, dessa empresa.

Considerando apenas a associação, a receita gerada com a contribuição de sócios foi de “apenas” 16,3 milhões de euros (R$ 102 milhões), abaixo da marca obtida pelo Boca nessa mesma frente.

Já olhando para o faturamento do chamado “matchday” do Bayern, que engloba todo tipo de receita relacionada aos dias de jogos do time – portanto, também sócios que adquirem carnês de ingressos para toda a temporada, por exemplo –, a distância para o Boca ou qualquer clube sul-americano fica abismal: foram 131,4 milhões de euros (R$ 826 milhões) em 2023/24.

O ponto é que, ainda assim, a receita de “matchday” é a menor entre todas as principais frentes de faturamento do Bayern. Com venda de jogadores, os alemães arrecadaram 186 milhões de euros; com venda de direitos de transmissão, € 212,6 milhões; e contratos comerciais, € 421,4 milhões

No modelo de administração do Bayern, a associação é “dona” de 75% da empresa que comanda o futebol. Os outros 25% são divididos igualmente entre as três principais parceiras do clube: Adidas, Audi e Allianz têm 8,33% cada das ações.

No Boca, também houve iniciativas recentes de abrir caminho para a entrada de investimentos externos, em projetos liderados, inclusive, pelo ex-presidente da Argentina Mauricio Macri (que foi dirigente também do clube) e mais recentemente o atual líder do país, Javier Milei.

Os projetos de SADs (Sociedade Anônima Desportiva), contudo, têm sido rechaçados pelos clubes argentinos. Presidente do Boca, Juan Román Riquelme é fortemente contrário ao modelo. “Querem privatizar nosso clube. Dos torcedores do Boca, nos querem tirar o coração. Amamos este clube, que é dos torcedores, e vamos cuidar muito disso”, desabafou ele, no início do ano.

Onde assistir a Bayern x Boca Juniors?

A partida entre Bayern e Boca Juniors acontece nesta sexta-feira (20), às 22h (de Brasília), e terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.

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