Entre os dias 19 de maio e 31 de julho de 2025, uma rede de monitoramento vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) registrou o envio de 2.134 caminhões de ajuda humanitária à Faixa de Gaza pela fronteira egípcia. Desses, 2.010 veículos transportavam principalmente alimentos e outros insumos essenciais. Apenas 260, contudo, chegaram efetivamente à população civil, o que corresponde a 13% do total.
A ONU alerta que 1.753 caminhões não alcançaram o destino final. Informa, do mesmo modo, que grupos desviaram os carregamentos durante o trajeto. O relatório reforça preocupações sobre a segurança e a integridade da distribuição de ajuda em uma zona de conflito marcada por bloqueios, colapsos logísticos e atuação de grupos armados.
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As informações da ONU têm o respaldo de uma apuração que tornou-se pública nesta semana pelo jornal Al-Araby Al-Jadeed, com sede no Catar. Segundo a reportagem, mais da metade dos caminhões que cruzaram a fronteira com Gaza acabou nas mãos de milícias e sobretudo membros do grupo terrorista Hamas.
Ainda segundo o jornal, dos 130 caminhões que trafegaram naquele período, 73 perderam suas cargas nas proximidades do Eixo Morag, entre Rafah e Khan Yunis. Os mantimentos tiveram como destino, diz o jornal, mercados paralelos onde os produtos estão à venda para a população civil a preços elevados.
Da mesma forma, outros 20 caminhões teriam sido devolvidos por Israel à passagem de fronteira de Rafah. Não houve esclarecimentos sobre o motivo. Apenas 37 veículos chegaram aos armazéns do Crescente Vermelho Palestino e de um grupo de ajuda vinculado ao Comitê Egípcio, segundo o mesmo relatório.
A dificuldade no repasse da ajuda humanitária agrava a situação de cerca de 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, que enfrentam escassez extrema de alimentos, medicamentos, água potável e energia elétrica. A ONU e organizações como o Programa Mundial de Alimentos (WFP) alertam que há risco real de fome em larga escala, especialmente nas áreas mais isoladas da região.
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