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Operadora de ‘descontos’ esteve em reunião no INSS em 2024

Documentos obtidos via Lei de Acesso à Informação revelam que Cecília Rodrigues Mota, advogada suspeita de participar de fraudes no INSS, esteve em reunião na Diretoria de Benefícios do instituto, em Brasília, em setembro de 2024.

O encontro ocorreu durante a gestão de Vanderlei Barbosa dos Santos, nomeado pelo governo Lula em julho daquele ano e afastado depois da primeira fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, no final de abril de 2025.

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A reunião, registrada no dia 5 de setembro de 2024, às 10h46, contou com representantes do INSS, integrantes da Dataprev e de entidades como Contag, Cobap, CBPA, Conafer e Abrapps, todas citadas nas investigações.

O encontro, que começou às 11h e encerrou às 13h30, foi realizado em formato híbrido. Cecília participou como representante da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN). As informações são do jornal Metrópoles.

Reunião teve como pauta o novo sistema de descontos de mensalidade

A pauta do encontro era a apresentação do sistema Portal de Desconto de Mensalidade Associativa (PDMA).

Segundo o registro, houve vários questionamentos sobre o funcionamento do novo sistema, sua integração com plataformas das entidades e a confirmação de dados.

A Diretoria de Benefícios, responsável pela validação de descontos em benefícios, está no foco das apurações sobre irregularidades.

PF diz que advogada operava esquema de descontos indevidos no INSS

Relatórios da Polícia Federal apontam que Cecília teria recebido recursos de associações investigadas, repassando valores a servidores e parentes de funcionários do INSS.

“Pessoas físicas e jurídicas relacionadas a Cecília Rodrigues Mota receberam R$ 14.081.937,35 das entidades associativas e das empresas intermediárias relacionadas às entidades associativas”, diz a PF.

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Além disso, a corporação detalha transações como o envio de R$ 630 mil da Rodrigues & Lima Advogados à Xavier Fonseca Consultoria, entre novembro de 2023 e abril de 2024.

Essa consultoria pertence à irmã de Virgílio Antônio Filho, ex-procurador-geral do INSS, afastado na mesma operação. Outra empresa ligada à advogada teria transferido R$ 520 mil para Eric Fidelis, filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS.

Movimentações financeiras e padrão de viagens

Entre as empresas de Cecília, a Highway Comércio e Serviços de Informática recebeu R$ 1,7 milhão e repassou R$ 2,8 milhões, sendo a principal beneficiária a própria advogada e seu escritório.

A Polícia Federal também identificou um padrão atípico de viagens: Cecília viajou 33 vezes entre janeiro e novembro de 2024, visitando cidades como Dubai, Paris e Lisboa. No ano anterior, ela realizou oito viagens.

Leia mais: “Fraude no INSS: investigadores contestam envio de dados ao STF”

Questionada pelo Metrópoles sobre as acusações, a defesa de Cecília Rodrigues Mota afirmou que ela só irá se manifestar em juízo.

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