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Opinião: Com pé no 2º Mundial de Clubes, Flamengo e Palmeiras ficarão ainda mais ricos

Bom, veio a final de CONMEBOL Libertadores que quase todo mundo imaginava, ainda mais depois do sorteio que colocou Flamengo e Palmeiras em lados opostos no chaveamento. Os dois clubes mais endinheirados e, portanto, dominantes na América do Sul vão repetir a decisão de 2021.

Um deles irá se tornar o primeiro tetracampeão continental do nosso país, que agora enfim empatou com a Argentina em número de conquistas no mais nobre torneio do continente.

O campeão da Libertadores vai faturar pela Glória Eterna quase R$ 140 milhões (US$ 24 milhões na cotação atual). Ainda terá vaga garantida na Copa Intercontinental, no final do ano, e na segunda edição do Mundial de Clubes, em 2029 – o que significa mais dezenas de milhões de dólares.

O vice deste ano da Libertadores vai abocanhar ‘só’ US$ 7 milhões (cerca de R$ 40 milhões), mas é quase certo que estará também no segundo Mundial de Clubes, uma vez que está entre os favoritos para vencer nos próximos três anos da Libertadores e terá uma pontuação expressiva no ranking que dá vagas para a mais nova competição organizada pela Fifa.

Resumindo financeiramente o parágrafo acima, dinheiro chama dinheiro. Quem faz um bom planejamento, quem se organiza, quem investe de forma correta, lucra muito mais do que quem faz uma gestão ruim, quem vende a base por preço de banana, quem para no tempo e acha que apenas camisa vai entrar em campo e ganhar jogos e troféus.

Flamengo e Palmeiras ainda vão ser os recordistas de dinheiro arrecadado no Campeonato Brasileiro, pois eles disputam o título, terão mais dinheiro por premiação e pela colocação no alto da tabela, além de verem suas torcidas enchendo seus estádios animadas com a possibilidade de mais conquistas.

As camisas de Mengão e Verdão devem estar batendo recordes de venda, os consumidores dos dois clubes fatalmente vão apoiar ainda mais as suas administrações comprando todo tipo de produto e injetando mais dinheiro ainda em uma máquina que dá certo, que mostra resultado.

Os jogadores do continente estão cada vez mais animados em defender os dois times brasileiros que ‘espanholizaram‘ a América do Sul.

O Palmeiras disparou em todas as estatísticas da competição na comparação com seus conterrâneos e se aproximou dos recordistas gerais da disputa, que são os que mais jogaram a competição (Boca Juniors, Nacional, Peñarol e River Plate). O Flamengo já deixou o São Paulo, outrora soberano do país na disputa, para trás em número de vitórias.

Tudo isso em um curto espaço de tempo, como bem lembrou o técnico Filipe Luís. Até 2018, o rubro-negro carioca havia feito apenas uma final de Libertadores. De 2019 para cá, são quatro finais e pode conquistar seu terceiro título no período (um a cada três anos, seria essa mesmo a média). Quanto mais dinheiro você tem, melhores jogadores você possui, elencos mais fortes você ostenta, mais longe você chega nas competições e mais dinheiro volta para você.

A roda gira assim, não tem mistério no esporte. Se a concorrência, dentro e fora do Brasil, não se mexer, Flamengo e Palmeiras em breve alcançarão o Independiente em títulos de Libertadores. Mais que o tetra deste ano, o que aparece no nosso horizonte sul-americano é uma polarização difícil de ser quebrada a médio prazo, a hegemonia brasileira gigantesca dos dias de hoje passa muito pela nossa economia mais forte e pelo ótimo trabalho de dois clubes em especial.

A Copa do Brasil sem os dois passou a ser terra de ninguém neste ano. Os dois eram os grandes favoritos para ganhar também essa disputa, que está virando uma espécie de migalha de flamenguistas e palmeirenses para o resto da turma.

Em pontos corridos, onde a organização e o planejamento têm peso dobrado, fica muito difícil acompanhar a dupla poderosa. A campanha do Cruzeiro deste ano é digna de muitos aplausos (e ainda mais a do Mirassol, claro) porque simplesmente perseguir Flamengo e Palmeiras em 38 rodadas atualmente é algo hercúleo.

A maior torcida do Brasil não para de crescer, como percebi mais uma vez vivendo em São Paulo e ouvindo fogos após o 0 a 0 com o Racing que pôs o time na final em Lima. E a torcida do Palmeiras, que em algumas pesquisas já aparece na terceira posição, também ganha mais espaço país afora nesta era Abel Ferreira, que lembra a era Telê no São Paulo após cinco anos de sucesso (falta o sonhado Mundial para o Palmeiras, o que pode surgir na Intercontinental deste ano).

Na base, tanto o rubro-negro do Rio quanto o alviverde paulista estão na briga por quase todos os títulos, pelos melhores profissionais, pela melhor estrutura. Quando eles estão em dificuldade e algumas de suas estrelas não conseguem resolver, surge um garoto da Academia (como agora o Allan, sucessor de Endrick e Estêvão) para fazer a diferença e virar logo ídolo. Quero lembrar aqui que os dois clubes mais bem-sucedidos do país não são SAFs, continuam operando e bem como quadros associativos, aumentando seus patrimônios, sala de troféu, exposição na mídia e influência política.

Apenas na década de 60, sobretudo com o Santos de Pelé, vimos um poderio tão grande concentrado em poucos times. Na ocasião, apenas Palmeiras, em âmbito nacional e estadual, e o Botafogo e o Cruzeiro, em momentos esporádicos, conseguiam competir de fato com o clube do Rei.

Não foi só o Pelé, o Santos se organizou e era o time que mais arrecadava e mais investia no futebol brasileiro, trazendo sempre bons parceiros para jogar com o maior dos jogadores. Durante uma década a fórmula santista deu muito certo, o que resultou na maior hegemonia já vista no nosso futebol.

Ao menos agora há uma polarização. Flamengo e Palmeiras são hoje mais ou menos o que eram Federer e Nadal no começo deste século ou Prost e Senna no final dos anos 80 e começo dos 90.

Temos efetivamente dois clubes europeus jogando neste momento na América do Sul. Pelos vultosos investimentos em jogadores e outros profissionais que vêm do Velho Continente, Flamengo e Palmeiras hoje podem competir com clubes da Europa no mercado e também dentro de campo, como vimos no Mundial de Clubes no meio deste ano.

Não é o caso agora de ficar cantando empolgado: ‘PSG, pode esperar…’, pois está cada vez mais certo que os confrontos entre Mengão e Verdão serão rotineiros nos próximos anos. Se não for na Intercontinental, será no Mundial de Clubes.

Creio que a final da Libertadores deste ano, por tudo que ela envolve em termos financeiros e por fazer o primeiro tetra do país, será o segundo duelo mais importante da história envolvendo dois clubes brasileiros, sendo superado apenas pelo Corinthians x Vasco na decisão do primeiro Mundial da Fifa no Maracanã.

Pontuação atual no ranking da Conmebol para o Mundial de Clubes 2029

Se classificam ao Mundial de Clubes de 2029 os campeões da Libertadores de 2025, 2026, 2027 e 2028. Além disso, há ainda duas vagas para os primeiros colocados do ranking da Conmebol – que se difere do tradicional.

Neste, apenas as partidas válidas por essas edições da Libertadores vão gerar pontos aos times – veja o cenário atual abaixo.

Vale destacar que não mais do que duas equipes por país podem se classificar, tirando possíveis campeões. Se dois brasileiros conquistarem duas das próximas quatro Libertadores, outras equipes do Brasil não poderão conquistar mais a vaga via ranking, mas, sim, só em caso de título.

  1. Palmeiras: 44 pontos

  2. Flamengo: 39 pontos

  3. LDU: 35 pontos

  4. Racing: 35 pontos

  5. Estudiantes: 28 pontos

  6. São Paulo: 25 pontos

  7. Vélez Sarsfield: 24 pontos

  8. River Plate: 23 pontos

  9. Botafogo: 21 pontos

  10. Libertad: 17 pontos

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