Sim, existe vexame em pênaltis, e o São Paulo deu um contra o Athletico-PR no jogo em que saiu eliminado precocemente da Copa do Brasil. Três cobranças, todas péssimas, todas defendidas pelo herói Santos. A seleção brasileira também deu um desses na Copa América de 2011, contra o Paraguai nas quartas de final.
Sabino, Tapia e Jandrei bateram. Pois é. Atente-se a isto porque voltarei ao tema.
Mas o São Paulo do presidente Julio Casares deve deve lamentar mesmo são outras duas coisas. Primeiro, o próprio vacilo gigante do time de Hernán Crespo em casa.
No Morumbi, contra um clube com estrutura de Série A, mas que atualmente está e tem time mesmo de Série B, era obrigação ter resolvido as oitavas de final. Os 2 a 0, que poderiam ter sido 3, talvez fossem suficientes, mas o gol bobo tomado complicou tudo. O Furacão ganhou vida para a volta.
Na Arena da Baixada, sempre hostil a qualquer um, mas um pouco mais quando o adversário é o São Paulo, por conta da final da CONMEBOL Libertadores de 2005, a expulsão de Rafael logo aos 4 minutos transformou o duelo em um drama inesperado para os tricolores.
O gol de Esquivel, com dois desvios antes de a bola passar por Jandrei, foi merecido pelo todo que o time da casa fazia até ali em relação ao visitante, que foi minguando a partir das substituições necessárias de Crespo.
E aqui está a segunda coisa a se lamentar do lado paulista. O time é bom, há uma espinha, mas o elenco como um todo é muito carente, mais ainda para momentos decisivos e tensos como nesta partida de volta.
A começar pelo gol. Jandrei nunca passou confiança, mas tinha que ser ele com o vermelho para Rafael, Rodriguinho, outro abaixo da média – apesar de lampejos positivos nos últimos jogos -, foi quem saiu.
No intervalo, o argentino optou por não correr riscos, sacou Arboleda e Bobadilla, amarelados, e colocou Sabino e Marcos Antônio. O primeiro nem de longe entrega o mesmo que o titular absoluto, diferentemente do segundo, que hoje tem vaga cativa no 11 inicial – não à toa, estava sendo poupado.
Aos 18, Crespo optou por fechar tudo ao colocar o volante Pablo Maia, em evolução, mas ainda longe de ser o mesmo de 2023, na vaga de Ferreirinha, a melhor opção de contra-ataque. Mas restava Luciano à frente, e a aposta de uma chegada com Marcos Antônio para servir o camisa 10.
Aos 25, a ducha de água fria com o gol do Athletico-PR. Aos 39, Luciano saiu para a entrada de Gonzalo Tapia, que fez gol contra o Fluminense, mas é outro que ainda precisa mostrar muito mais para ser alguém de confiança para um confronto como este. A outra opção no banco era Lucas Ferreira, que sumiu com o argentino no comando – antes, foi titular absoluto com Zubeldía, embora nunca tenha convencido.
Esta troca, a não ser que Luciano tenha pedido para sair por algum motivo, talvez tenha sido a única com erro de Crespo, porque já perdendo por 1 a 0 e com os pênaltis próximos, era melhor ter alguém de peso como o camisa 10 para as cobranças.
Quando elas chegaram, ficou escancarada a fragilidade do grupo para situações assim. Cédric, Enzo, Ferraresi para as batidas? Todos incógnitas, assim como eram Sabino, Tapia e mais ainda Jandrei, os escolhidos. 100% de erro, um vexame – o zagueiro, então, tentou uma especia de paradinha que em nada combina com ele.
Difícil entender por que Pablo Maia não bateu, mas agora é tarde.