Leila Pereira não citou o nome do Corinthians, mas deu um recado claro para o maior rival do Palmeiras em reunião que discutiu regras de fair play financeiro para o futebol brasileiro na CBF.
“Eu concordo com a ideia de alguns presidentes, que aqueles clubes, que compram jogadores e não pagam, não podem contratar novamente. O Palmeiras é um clube que paga rigorosamente em dia clubes, profissionais, atletas, a gente não atrasa um dia. E, às vezes, nós somos desclassificados por clubes que não pagam absolutamente ninguém”, disparou.
A cartola palmeirense, mesmo no calor de duas eliminações para o Timão em 2025, tem razão em apontar que deve haver um freio para os calotes do alvinegro.
Leila faz fortuna com sua empresa pessoal emprestando também dinheiro para “negativados”, ou pessoas com o nome sujo na praça pelo não pagamento de dívidas.
Mas o Corinthians passa de todos os limites no quesito irresponsabilidade.
Clubes como Cuiabá, Talleres e Santos Laguna têm razão em ir até a Fifa pedir punições ao Corinthians por calotes em contratações.
Mas o clube do Parque São Jorge faz ainda pior não pagando impostos, em dinheiro que deveria ir para educação, saúde, segurança pública.
A situação do Corinthians no Cadastro da Dívida Ativa da União, que não considera valores que tiveram acordos de parcelamento, é dramática.
Líder nos calotes de impostos entre os clubes brasileiros, o Timão, segundo o Governo, tinha débitos vencidos de R$ 181,2 milhões em setembro de 2024.
No último dia 16 de maio, esse valor era de R$ 257,9 milhões.
Agora, em 12 de agosto, o Corinthians aparece devendo R$ 465.743.180,62 no Cadastro da Dívida Ativa da União.
Ou seja: em apenas 88 dias, a dívida vencida do Corinthians em impostos subiu R$ 207,8 milhões, ou absurdos R$ 2,361 milhões a cada 24 horas.
Segundo o site do Governo Federal, “dívida ativa é o nome que se dá para a base de dados que contém todos os créditos públicos que são devidos por pessoas físicas e jurídicas e que não foram pagos”. E pode ter consequências graves, de acordo com o órgão.
Não sei qual será o fair play financeiro que o futebol brasileiro vai criar.
Mas não dá para fechar os olhos para o que está acontecendo com o Corinthians.
