Alugar estádio para show faz sentido para um clube como o Palmeiras, que é competitivo em qualquer lugar.
Nem tanto para um time como o São Paulo, que só é realmente forte jogando no Morumbis.
O Mirassol, que não perdeu em 18 jogos como mandante no Brasileiro, está aí para ensinar o São Paulo.
E a contabilidade prova que é melhor priorizar o campo do que ser palco de show do Oasis.
Se repetidas as premiações das competições recentes (esse valor pode até aumentar), o Mirassol já garantiu quase R$ 60 milhões pelo seu desempenho no Brasileiro.
O quarto lugar vale um prêmio de R$ 41 milhões pagos pela CBF. Disputar a fase de grupos da Libertadores garante, no mínimo, uma cota de cerca de R$ 17 milhões, além da chance de ganhar R$ 1,8 milhão por vitória.
Em seu balanço financeiro de 2024, o São Paulo registrou R$ 16 milhões de receitas com aluguel de estádio.
O repórter Eduardo Affonso tem as informações do atual contrato do clube com a produtora Live Nation, que prevê 36 shows em 6 anos.
Contando aluguel e participação na venda de cada ingresso, o clube espera arrecadar R$ 5 milhões a cada show realizado no Morumbi.
Em uma média de seis shows por ano, serão R$ 30 milhões por temporada, ou praticamente metade do que o Mirassol vai conseguir com sua espetacular campanha no Brasileiro.
Além do prejuízo esportivo, o São Paulo deixa de faturar arrecadando menos com ingressos dos jogos.
Na partida do último domingo, contra o Juventude, na Vila Belmiro, foram 6.468 presentes no estádio, e a renda bruta foi de apenas R$ 364 mil.
Em 2026, caso dispute a pré-Libertadores, o São Paulo novamente não poderá jogar no Morumbis: estão marcados show do AC/DC para este período.


