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OPINIÃO: Voo de Danilo dá o tetra ao Flamengo, o melhor time do Brasil

Ao escalar o Palmeiras com três zagueiros pela décima segunda vez na temporada, Abel Ferreira adicionou uma camada de mistério a respeito da ideia de jogo de seu time na ocasião mais importante do ano. Há diferenças relevantes entre operar com três zagueiros de ofício e fazer a saída com três jogadores, usando um volante ou um lateral. Uma das diferenças é o comportamento desse terceiro homem sem a bola. Quando as peças se moveram e a decisão da CONMEBOL Libertadores ganhou vida, ficou claro que o Palmeiras usaria três jogadores, mais a ajuda dos laterais, para marcar os três atacantes do Flamengo.

É uma abordagem que admite, de início, que o Flamengo seria o time da posse e da iniciativa; o Palmeiras, o time da marcação e da transição. Uma noção compatível com as características das duas equipes, que não busca romper a dinâmica esperada de um encontro entre elas. Diferente, por exemplo, do que Abel tentou fazer nos primeiros movimentos da derrota recente no Maracanã. Neste sábado (29), ambos os finalistas se mostraram confortáveis em suas propostas, mas ao fazer pouco mais do que aceitar que o time de Filipe Luís levasse o jogo ao campo de ataque e articulasse na região da área de Carlos Miguel, o Palmeiras se impôs a obrigação de não cometer erros defensivos.

Num primeiro tempo de evidente vantagem técnica e tática do Flamengo, ainda que sem a ocorrência de grandes oportunidades, o árbitro argentino Dario Herrera garantiu presença no debate polêmico ao permitir que Erick Pulgar seguisse em campo após uma solada na canela de Bruno Fuchs. O baixo volume ofensivo do Palmeiras revelou que faltou responder metade da equação, embora o Flamengo, com muito mais tempo com a bola (67% a 33%) e algum nível de ameaça, também não tenha estado à altura de seu notável poderio. Aos olhos do observador neutro, a decisão em Lima chegou ao intervalo tensa e carente de brilho como costumam ser muitas finalíssimas, porque a tentação a assumir riscos não se apresenta até que seja percorrido um razoável trecho da segunda parte.

Gustavo Gómez provavelmente evitou um gol de Arrascaeta logo no recomeço, após Murilo chutar a grama às portas da grande área. Abel ordenou que seu time avançasse no gramado e jogasse um pouco mais, mas o passar do tempo levou para o gramado a grande questão sobre o desfecho da Copa: a quantidade de energia que os jogadores do Palmeiras, poupados de uma rodada do Campeonato Brasileiro após sucessivas atuações aquém do ritmo costumeiro, ainda guardavam no tanque. O Flamengo se preparava para a pressão final quando um escanteio no minuto 67 abriu o caminho para o que Carles Puyol, zagueiro do melhor Barcelona da história e da Espanha campeã do mundo, recusou-se a fazer na cerimônia antes da partida: tocar a taça.

Danilo estava em campo por causa da ausência de Léo Ortiz. Campeão sul-americano com o Santos e detentor de duas Ligas dos Campeões da Uefa pelo Real Madrid, elevou-se com um salto assustador para cabecear no canto e se tornar o primeiro futebolista com duas conquistas continentais de cada lado do oceano. Talvez não fosse a forma como o Flamengo, um time reconhecido e admirado por sua capacidade de elaboração no ataque, sonhava em construir o gol que significou o quarto troféu da Libertadores, recorde entre clubes brasileiros. Não faz a mínima diferença, porém, para que não reste dúvida sobre qual é o melhor time de futebol do Brasil e da América do Sul.

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