O volante Jean Lucas ganhou de Carlo Ancelotti a chance de vestir a camisa da seleção brasileira principal aos 27 anos – seis depois de ter defendido o time pré-olímpico. Convocado para substituir Joelinton, que se machucou em jogo do Newcastle, ele causou uma avalanche de comoção de familiares e companheiros de Bahia.
“A última vez que eu senti isso foi no nascimento do meu filho e no casamento também”, disse à ESPN o camisa 6 do Tricolor, que soube da novidade pelo fisioterapeuta do clube que o tratava naquele momento. Festejado pelos colegas e pelo técnico Rogério Ceni, ele detalhou como foi contar a novidade à esposa e ao pai e vibrou pela chance.
“É uma grande oportunidade para estar mostrando também que no futebol nordestino tem excelentes jogadores”.
Veja a entrevista exclusiva de Jean Lucas à ESPN:
Como você reagiu à convocação?
Foi um mix de sentimentos. Acho que não tem como explicar. A última vez eu senti isso foi no nascimento do meu filho e no casamento também. Estou muito feliz. O rapaz que trabalha comigo mandou uma mensagem. Fiquei meio sem entender. Caí deixando ele, ali do lado, pulando do jeito dele, falando que eu fui convocado e depois vi todos os jogadores vindo me abraçar. Então foi um momento muito, muito feliz.
E a reação da família, dos amigos?
O meu celular parou. Foram muitas mensagens. Minha esposa tinha acabado de fazer o cabelo dela no salão. Eu liguei e contei. Ela começou a tremer lá. Meu pai estava dirigindo, me ligou, começou a chorar. Então hoje vai ser difícil para ele. Vai travar um pouco. Mas todo mundo que que me acompanha, que está ao meu lado, está muito feliz com essa nossa conquista.
Você tem experiência na seleção olímpica? Você acha que isso vai te ajudar ou você tem uma expectativa de algo totalmente diferente?
Já estive na seleção olímpica uma vez. As outras duas vezes que eu fui convocado, estava no Santos e o Sampaoli não liberou. Então, acho que a experiência é muito boa. Vou chegar e vai ter bastante jogador que eu conheço. Vai ser bom para estar me adaptando dentro da seleção.
E assumir a vaga do Joelinton é uma grande responsabilidade. Como que você está se sentindo com tudo isso?
Acho que Ancelotti tem autoridade para falar sobre ele [Joelinton]. Ele [Ancelotti] é um dos melhores da história do futebol. O Joelinton é um grande jogador. Se eu estiver em campo, vou dar o meu máximo, me doar 100% para a gente conquistar os três pontos.
Você é do Rio de Janeiro. É uma realização de um sonho jogar pela seleção no Maracanã?
Sou cria do Rio de Janeiro e acho que Deus fez a escolha de um jeito certo. É meu sonho jogar no Maracanã, ainda mais com a camisa da seleção, que era o sonho que eu tinha em mente. Acho que é um momento muito especial para mim. Somente glorificar o nome de Deus por tudo que vem fazendo na minha vida.
O último jogador do Bahia a entrar em campo pela seleção brasileira foi em 1991, o Luís Henrique. Você enxerga essa responsabilidade também de levar o nome do Bahia de novo à seleção brasileira?
Vai ser uma responsabilidade muito grande, né? Ancelotti está começando a olhar mais aqui para o futebol do Nordeste. Sabemos que tem grandes equipes aqui também, excelentes jogadores. Então eu fico muito feliz carregar o nome do Bahia de volta na seleção. É uma grande oportunidade para estar mostrando também que no futebol nordestino tem excelentes jogadores.
Veja a lista atualizada dos convocados por Carlo Ancelotti:
Convocação da seleção brasileira:
GOLEIROS
DEFENSORES
MEIO-CAMPISTAS
ATACANTES
A preparação da seleção será feita na Granja Comary, em Teresópolis-RJ, a partir do dia 1º de setembro.
O Brasil volta a campo no dia 4 de setembro, às 21h30 (de Brasília), contra o Chile, no Maracanã, pela 17ª rodada das eliminatórias.
O compromisso final do qualificatório será em 9 de setembro, às 20h30 (de Brasília), contra a Bolívia, no Municipal de El Alto, pela 18ª rodada.
Até o momento, Ancelotti soma dois jogos pela seleção: empate por 0 a 0 com o Equador e vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai.