Rolling Stone teve acesso a um novo documento em que os agentes descrevem tentativa de obstruir justiça e pedem que fiança seja novamente rejeitada
Artigo publicado em 16 de novembro de 2024 na Rolling Stone. Para ler o original em inglês clique aqui.
Preso desde setembro sob acusações de crimes como tráfico sexual, sequestro e associação criminosa, o rapper Sean “Diddy” Combs estaria violando intencionalmente as regras da prisão.
Em um novo documento judicial obtido pela Rolling Stone, promotores do Distrito Sul de Nova York alegam que o magnata da música está pagando outros detentos para usar os telefones deles e instruindo seus familiares a postarem mensagens “cuidadosamente elaboradas” nas redes sociais.
Os atos fariam parte de um esforço de Diddy para influenciar a opinião pública e obstruir a justiça antes do próximo julgamento.
O artista teria usado as contas telefônicas de pelo menos oito outros detentos para fazer chamadas desde que foi preso. Os promotores dizem possuir as gravações.
Aparentemente para evitar o monitoramento da aplicação da lei, o réu usa os números de outros detentos para fazer chamadas telefônicas tanto para indivíduos na lista de contatos aprovada pelo réu quanto para outros indivíduos que não estão na lista de contatos aprovada. Para obter ou manter acesso aos números de outros detentos, o réu instrui outros a pagar os detentos”, afirma o documento conferido pela Rolling Stone.
Conduta obstrutiva
Em 30 páginas, os promotores pedem que o juiz que supervisiona o caso rejeite a mais recente tentativa de Diddy para deixar a prisão e aguardar em liberdade o julgamento, marcado para maio de 2025.
Sean Combs, de 55 anos, já teve a fiança negada duas vezes, mas solicitou uma nova audiência, oferecendo uma proposta de fiança de US$ 50 milhões.
O réu não oferece nada novo e material que justifique uma terceira audiência de fiança. Na verdade, a única nova evidência verdadeiramente relevante mostra que o réu continuou a engajar-se em um curso de conduta obstrutiva implacável destinado a subverter a integridade destes procedimentos” escreveram os promotores na oposição.
Enquanto tentava evadir o monitoramento da aplicação da lei, o réu, entre outras coisas, orquestrou campanhas em redes sociais que, em suas próprias palavras, têm o objetivo de corromper o júri; fez esforços para vazar publicamente materiais que considera úteis para seu caso; e contatou testemunhas através de terceiros.”
Os promotores ainda alegam que um vídeo recente postado na conta do Instagram de Combs, onde os filhos dele se reuniram e lhe desejaram um feliz aniversário enquanto ele estava em uma ligação telefônica da prisão, foi cuidadosamente planejado.
O réu convocou familiares para executar uma campanha nas redes sociais em torno do aniversário, com a intenção de influenciar o potencial júri neste processo criminal. O réu, de dentro do Centro de Detenção Metropolitana, então monitorou as análises — ou seja, o engajamento do público — e discutiu explicitamente com sua família como garantir que o vídeo tivesse o efeito desejado sobre os potenciais membros do júri neste caso”, dizem os agentes.
Combs se declarou inocente. Seus representantes não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre o último documento dos promotores, mas disseram anteriormente que estão confiantes de que ele prevalecerá no julgamento.
O Sr. Combs e sua equipe jurídica têm plena confiança nos fatos e na integridade do processo judicial. No tribunal, a verdade prevalecerá: que o Sr. Combs nunca abusou sexualmente ou traficou alguém — homem ou mulher, adulto ou menor,” disse sua equipe de mídia em um comunicado anterior.
Diddy e sua equipe argumentam que ele deve ser liberado para que possa se preparar melhor para o julgamento. Entretanto, os promotores afirmam em seu documento que o comportamento do rapper na prisão deixa claro que ele não pode ser confiável.
Eles alegam que notas coletadas da cela de Combs durante uma varredura sugerem que ele pagou uma testemunha para fazer uma declaração pública. Eles também alegam que as chamadas telefônicas gravadas revelam que Combs instruiu outros “a ligar para terceiros”, incluindo pessoas que não estão em sua lista de contatos aprovada.
O réu mostrou repetidamente — mesmo sob custódia — que ele desrespeitará flagrante e repetidamente as regras para impactar indevidamente o resultado de seu caso. O réu mostrou, em outras palavras, que não pode ser confiável para cumprir regras ou condições.”
Caso condenado, a pena de Sean “Diddy” Combs pode ser de no mínimo 15 anos de prisão. A condenação máxima seria a de prisão perpétua.
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