Dois nomes pesados da história recente do futebol argentino vão se reencontrar nesta quinta-feira (2), mas agora à beira do gramado do Brasileirão. Martín Palermo, treinador do Fortaleza, e Hernán Crespo, técnico do São Paulo, representam uma geração de atacantes que marcaram época e hoje tentam transferir o faro de gol para a prancheta.
Os dois, aliás, ajudariam bastante seus times se pudessem entrar em campo, já que o time cearense, apesar de estar mostrando uma evolução, segue afundado na zona de rebaixamento, com 21 pontos e iniciou a rodada na 19ª colocação. Já os paulistas vivem um dos momentos mais turbulentos em alguns anos, com quatro derrotas em sequência, a eliminação da CONMEBOL Libertadores e o fato de ter feito apenas um gol nas últimas seis partidas.
Gol, aliás, que era especialidade dos dois. Ídolo eterno do Boca Juniors, Palermo construiu sua carreira marcada por momentos épicos e gols memoráveis. Ao todo, foram 308 gols por clubes e seleção. Pela equipe xeneize, conquistou nada menos do que seis títulos argentinos, duas Libertadores, duas edições da CONMEBOL Sul-Americana e o Mundial de Clubes de 2000, com direito a vitória sobre o Real Madrid.
Na Europa, vestiu camisas como Villarreal e Betis, mas foi mesmo na Bombonera que se tornou lenda. Pela seleção argentina, disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e deixou sua marca com um gol na fase de grupos, coroando uma trajetória de superação após lesões e críticas.
Do outro lado, Hernán Crespo teve trajetória mais internacional. Segundo os números oficiais, ele fez um gol a menos que o rival, 307, mas brilhou por River Plate, Parma, Lazio, Inter de Milão, Chelsea e Milan, acumulando taças de peso.
Entre seus feitos estão a Libertadores de 1996 pelo River, a Copa da Uefa de 1999 pelo Parma, três títulos do Campeonato Italiano com a Inter de Milão e também a Premier League. Naquela inesquecível final de Champions League de 2005, o ex-atacante marcou dois gols, mas viu seu Milan sucumbir para o Liverpool após estar vencendo por 3 a 0.
Crespo também era figurinha carimbada na seleção da Argentina, representando seu país em três Copas do Mundo (1998, 2002 e 2006), consolidando-se como um dos grandes atacantes da sua geração.
Agora, os dois ex-artilheiros carregam experiências distintas. Palermo está iniciando sua primeira aventura no futebol brasileiro, e tenta uma recuperação histórica após o Fortaleza fazer um primeiro turno de Brasileiro bastante ruim. Já Crespo, campeão paulista em 2020 em sua primeira passagem pelo São Paulo, iniciou bem o seu novo trabalho, mas passa por momento de grande instabilidade e uma vitória contra um rival que conhece tão bem, pode ser a virada de chave.