O Pará é o maior exportador do Brasil de bovinos em pé, conforme dados levantados pelo Núcleo de Planejamento e Estatísticas (Nuplan). Nos sete primeiros meses deste ano o estado exportou cerca de 370 mil cabeças de gado.
O principal destino foi o Egito (36,2%), seguido de Marrocos (13,4%) e da Argélia (1,3%) – todos situados no continente africano.
Conforme a coordenadora do Nuplan da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap), Maria de Lourdes Minssen, esse desempenho reafirma a importância da pecuária estadual no comércio internacional de animais vivos.
Somente em julho, o estado registrou um volume exportado de 56,39 mil cabeças, representando um avanço de 40,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido embarcadas 40,10 mil cabeças.
Segundo Maria de Lourdes, a maior parte da produção paraense de gado vivo foi direcionada aos mercados africanos e asiáticos, mas com sinais crescentes de diversificação para novos destinos.
“O Egito foi o principal comprador em número de cabeças até julho deste ano, com 134,20 mil animais, mas apresentou o menor peso médio (313,68 kg), sinalizando uma preferência por bovinos mais leves”, detalha a coordenadora.
Situação semelhante ocorreu com a Arábia Saudita (16,96 mil cabeças/ 319,37 kg) e a Turquia (23,68 mil cabeças/ 364,47 kg), que também demandaram lotes de menor porte.
De acordo com a profissional, em contrapartida, os mercados do Marrocos (49,73 mil cabeças / 540,12 kg) e da Argélia (4,78 mil cabeças / 554,09 kg) destacaram-se pela importação de bovinos mais pesados, com peso médio acima de 540 kg, evidenciando preferência por animais prontos para o abate ou de ciclo mais curto de engorda.
Em termos de valor, as exportações paraenses atingiram US$ 343,87 milhões, o que corresponde a um crescimento de 69,8% frente ao mesmo período do ano anterior.
Avanço em relação a 2024
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Pará exportou o equivalente a 64,7% do total brasileiro, conforme repassou o estatístico João Ulisses Silva, responsável pela execução do levantamento divulgado pela Sedap.
Esse volume representa um avanço de 55,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido embarcadas 238,58 mil cabeças.
As exportações de bovinos em pé, nesse período, concentraram-se fortemente nos mercados da África e da Ásia, com participação da América do Sul. “Esse padrão confirma o protagonismo internacional da pecuária paraense e sua capacidade de atender diferentes perfis de demanda”, comenta Silva.
Na América do Sul, a Venezuela registrou 0,49% (1,80 mil cabeças) das exportações, participação ainda pequena, mas que indica oportunidades de expansão regional, complementando os fluxos já consolidados com África e Ásia.
“Esses resultados consolidam o Pará como líder absoluto na exportação de gado vivo no Brasil, reforçando sua relevância na geração de divisas, na movimentação da cadeia pecuária e na consolidação do estado como ‘player’ estratégico no mercado internacional”, avalia Silva.
Principais destinos
Entre janeiro e julho de 2025, os principais destinos de gado paraense foram:
- África: Egito (36,2%), Marrocos (13,4%) e Argélia (1,3%).
- Ásia: Iraque (20,8%), Líbano (14,0%), Turquia (6,4%), Arábia Saudita (4,6%) e Jordânia (2,9%).
- América do Sul: Venezuela (0,5%).
Perfil do gado exportado
- Peso médio geral: 402,9 kg.
- Mais leves: Egito, Turquia e Arábia Saudita (
- Intermediários: Iraque, Jordânia e Venezuela (~380–440 kg).
- Mais pesados: Líbano, Marrocos e Argélia (>500 kg).