A sexta escala do navio de cruzeiro MSC Armonia em Paranaguá, no Litoral do Paraná, aconteceu nesta sexta-feira (17) e propiciou um encontro de turistas brasileiros e estrangeiros com a cultura paranaense. Os visitantes conheceram artesãos e fabricantes de produtos típicos, como a cachaça, além da gastronomia e também música popular, apresentada por artistas locais. 

O navio chegou ao Paraná com 2.305 passageiros, sendo 441 desembarques e 1.829 pessoas em trânsito, que podem descer e conhecer mais da cidade. Além deles, estavam previstos outros 428 embarques no navio.

O MSC Armonia atracou às 8h no Porto de Paranaguá, onde permanece até as 19h, quando segue para Itajaí (SC) – segundo informação da MSC Cruzeiros, obtida às 15h desta sexta-feira, a escala no município não deve ser afetada pelas chuvas no Litoral catarinense.

Além das agências e operadoras turísticas, que comercializam  passeios, os expositores do receptivo são, em geral, destilarias, artesanato e afins. Além deles, o espaço reúne também artistas que animam e embalam os turistas, a exemplo de uma trupe da Companhia dos Palhaços, e de músicos paranaenses.

O secretário do Turismo do Paraná, Márcio Nunes, enfatizou os expositores e artistas locais. “Quando os cruzeiristas descem em Paranaguá, muitos decidem comprar passeios e conhecer mais a região do Litoral. Mas também é importante ter uma programação e atrativos fixos no receptivo, apresentando aos visitantes a nossa cultura, gastronomia e produtos que são referências na região”, disse.

“O papel do Estado é divulgar os potenciais turísticos, ao mesmo tempo em que busca fomentar um ambiente interessante aos expositores e artistas, porque eles carregam as tradições paranaenses”, afirma o secretário. “Graças ao olhar dedicado do Governo do Estado, o turismo do Paraná está gerando renda, criando empregos e, também, promovendo o senso de pertencimento na população”, completou o secretário.

CACHAÇAS – Uma das empresas presentes no receptivo é a Cachaçaria Xiru do Sambaqui, de Pontal do Paraná. Há venda e degustação de diversos rótulos especiais, como a cachaça de mimosa. O ponto alto na apresentação aos turistas ainda é a aguardente feita de Cataia, uma folha muito popular do Litoral paranaense. É o que explica a proprietária da empresa, Alice Dalastra.

“Estamos trazendo uma experiência com a cachaça de cataia, bebida tradicional do nosso Litoral, que eu mesma aprendi a fazer com os pescadores da região ao longo da minha vida”, conta. “Produzimos cachaça desde 2008, então já contamos com uma grande variedade de sabores”, disse. “Eu estive no primeiro receptivo, de dezembro de 2023 a março de 2024, e fiz questão de participar novamente, porque além de divulgar o produto aos turistas estrangeiros, também aproveitamos a venda para movimentar a economia local”, completou Alice.

A proprietária também explica que, para este ano, preparou um quadro especial em seu espaço no receptivo: um mapa onde  ela registra a origem dos turistas que já compraram seus produtos.

“Quando o turista vem e compra, ele assina o nosso mapa. Na última semana vendemos para um turista do Equador, ele assinou o nosso cartaz mostrando onde está seu País de origem. Isso é legal para mostrar aonde nosso produto já chegou, abrindo as portas para que outros artesanatos também possam ultrapassar fronteiras”, explicou.

 ARTESANATO – A artesã Edna Grzybowski vende souvenirs e produções ligadas à cultura de Paranaguá no receptivo. Segundo ela, a vinda de navios de cruzeiro tem aberto muitas oportunidades.

 “Está tudo maravilhoso, assim como nós trabalhamos no receptivo, os turistas acabam sendo receptivos conosco também”, disse ela. Edna atua como expositora no espaço desde a última temporada e, graças a isso, teve a oportunidade de levar o trabalho parnanguara ao Salão Nacional do Turismo, em Brasília, no ano passado.

“Isso ajudou muito a alavancar a divulgação e reconhecimento desses itens, feitos com identidade e com matéria-prima da nossa Mata Atlântica, e é justamente por isso que estou aqui novamente”.

MÚSICA – A cantora Janine Mathias é natural de Taguatinga, em Brasília, e se mudou cedo para o Paraná por influência familiar. Ela conta que é uma grande oportunidade poder apresentar seu repertório aos turistas do cruzeiro, justamente por sua ligação com Paranaguá. “Como eu vim muito cedo morar nessa cidade, eu tive a oportunidade de conhecê-la como turista também. Hoje, como artista, poder ver pessoas de outros estados, e até do outro lado do mundo, apreciando as nossas apresentações é extremamente gratificante”, disse.

Janine define a situação como “muito bacana”, porque, segundo ela, os turistas desembarcam, vão conhecer o receptivo e quando encontram os artistas cantando e tocando vão se soltando e entendendo que tudo foi preparado para eles.

“Uma turista estrangeira chegou bem cedo e ficou até após o almoço, porque estava gostando do ambiente do nosso trabalho. O receptivo abre portas, porque nos gera oportunidades de divulgação do nosso trabalho, que exalta a música popular, com raízes brasileiras e até mesmo paranaense”, explicou.

SEGUNDA TEMPORADA – Esta é a segunda temporada consecutiva de cruzeiros em Paranaguá. A primeira, realizada entre dezembro de 2023 e março de 2024, movimentou mais de R$ 25 milhões na economia local.

Para este ano, a expectativa é que mais de 15 mil turistas – entre embarques, desembarques e trânsito – fomentem o turismo da região por meio dos cruzeiros. Estão previstas outras duas escalas até o final de janeiro, nos dias 24 e 31.