Parlamentares de oposição se mostram contrariados com a aprovação do pacote de corte de gastos elaborado pela equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas mudam regras de benefícios sociais e limitam o reajuste do salário mínimo.
Lula teve de participar das negociações com o Congresso Nacional para votar seu pacote de corte de gastos, que foi aprovado ao apagar das luzes. Ao todo, as Casas Legislativas analisaram as propostas em três dias.
O petista não se afastou do trabalho mesmo internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, nos últimos tempos. Lula passou por duas cirurgias no crânio em decorrência de uma queda que sofreu em outubro.
Pacote do corte de gastos “aprofunda as desigualdades”
Deputados de oposição ao governo Lula afirmam que a aprovação do pacote de corte de gastos aprofunda as “desigualdades sociais” do país. Sobretudo em decorrência da limitação do aumento do salário mínimo e da exclusão de benefícios a autistas e vulneráveis.
Para a Oeste, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) “impor um teto ao aumento do salário mínimo e dificultar o acesso ao BPC é penalizar diretamente os mais vulneráveis”.
“Essas medidas demonstram um total descompromisso do governo com a população que mais necessita de apoio”, declarou. “É inadmissível que, em um país com tantas desigualdades, o governo opte por economizar às custas dos pobres e dos deficientes.”
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Sanderson (PL-RS) definiu a aprovação das propostas como um “verdadeiro retrocesso social”. “Limitar o reajuste do salário mínimo e endurecer as regras para o BPC é um ataque frontal aos direitos dos trabalhadores e dos mais necessitados. Estamos testemunhando uma gestão que vira as costas para quem mais precisa.”
Já o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) afirmou que o governo petista é “incoerente”, uma vez que “sempre se apresentou como defensor dos pobres”. Sinalizou que não se pode “aceitar tamanha insensibilidade social”.
“Agora, esse mesmo governo que diz defender os mais pobres aprova medidas que os prejudicam diretamente. Limitar o crescimento do salário mínimo e restringir o acesso ao BPC é uma traição à classe trabalhadora e aos mais vulneráveis”, acrescentou.
Rodrigo Valadares (União-SE) alertou para as consequências das medidas: “As recentes decisões do governo são um golpe duro na população de baixa renda. Ao limitar o reajuste do salário mínimo e dificultar o acesso ao BPC, o governo está aprofundando as desigualdades sociais e condenando milhões de brasileiros à pobreza. É uma política cruel e desumana”.
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