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Pasto e boi: por que a boca do gado é a melhor roçadeira na transição para as águas

Pecuaristas, a tão esperada transição da seca para as águas é um período crucial que exige um manejo de pastagens preciso. Para garantir a produtividade e a saúde do seu pasto, a zootecnista Janaína Martuscello, professora da Federal Mineira, alerta que “a melhor roçadeira para o pasto é a boca do boi!“, e não um maquinário. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Em entrevista ao programa Giro do Boi, diretamente de São João Del-Rei, no estado de Minas Gerais, a doutora em zootecnia e consultora explicou que a conscientização sobre o manejo de pastagens tem mudado a pecuária, tornando-a mais rentável e competitiva.

No entanto, é preciso estar atento a erros comuns que podem comprometer o resultado da fazenda.

Pasto na transição: evite os extremos

Bovinos em área de pastagem. Foto: Reprodução
Bovinos em área de pastagem. Foto: Reprodução

Na transição da seca para as águas, o pecuarista enfrenta duas situações extremas e problemáticas, ambas prejudiciais à pastagem:

  • Pasto rapado: A falta de planejamento leva a pastos sem reserva de forragem, o que atrasa a rebrota na estação das águas e abre espaço para as plantas daninhas se desenvolverem e competirem com a forrageira principal.
  • Pasto passado (macega): A macega, que pode ter sido útil na seca, impede a rebrota e o surgimento de novos perfilhos, promovendo o sombreamento. Além disso, a palhada alta pode gerar fungos que, se consumidos, podem intoxicar os bezerros.

A roçada estratégica é uma ferramenta importante, mas deve ser feita com cautela. A roçada deve ser liberada apenas uma vez no ano, na transição, para permitir que o pasto rebrote a partir da base, com folhas de maior qualidade.

O ciclo dos veranicos e a adubação

Bovinos em área de pastagem. Foto: Reprodução
Bovinos em área de pastagem. Foto: Reprodução

Janaína Martuscello alerta que há uma tendência de veranicos no próximo período chuvoso. Por isso, o produtor deve estar preparado para essa variação climática.

O manejo de pastagem, que é capaz de fazer a pecuária ser mais rentável e competitiva, também precisa se adaptar a esse cenário.

Em relação à adubação, a recomendação é não adubar na transição. A adubação deve ser feita no período chuvoso, após a chuva se firmar (com 50 a 70 mm acumulados).

Adubar antes disso é jogar dinheiro fora, pois a falta de chuva impede o estímulo de crescimento da forrageira e a absorção dos nutrientes, o que resulta em desperdício de insumos.

Planejamento e novas tecnologias

Dossel foliar de capim-Tamani (Panicum maximum cv. BRS Tamani) em pequenas parcelas. Foto: Allan Kardec Braga Ramos/Embrapa Cerrados
Dossel foliar de capim-Tamani (Panicum maximum cv. BRS Tamani) em pequenas parcelas. Foto: Allan Kardec Braga Ramos/Embrapa Cerrados

A professora Janaína Martuscello destaca a importância do planejamento, da taxa de lotação e da suplementação para o sucesso na transição.

O planejamento de lotação, por exemplo, pode ajudar a diminuir a macega, evitando a necessidade de roçar e de ter capim cortado em cima do broto, que pode gerar fungos e prejudicar a saúde dos animais.

A zootecnista acaba de lançar a terceira edição de sua trilogia de livros, com o título “No pasto é mais barato”, que é um guia para a intensificação e o manejo eficiente de pastagens em menores áreas.

O livro, que será disponibilizado em pré-venda, traz um passo a passo para que o pecuarista possa produzir de forma eficiente e sustentável.

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