Durante uma viagem de pesca no Rio Cururu, no Pará, pescadores presenciaram um evento raro: duas onças-pretas, no mesmo dia, e uma delas caçando um jacaré-açu.
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O primeiro avistamento ocorreu na manhã da terça-feira 6. “Estávamos em oito amigos, e era apenas o segundo dia”, contou, ao portal g1, o engenheiro civil Fernando José Motta, de Paulínia (SP). “Saímos bem cedinho de barco, e logo nosso guia avisou: ‘Olha a onça’. Foi surreal, emocionante demais.”
Segundo o diretor de comunicação do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figuerôa, trata-se do primeiro registro de uma onça-preta caçando um jacaré-açu adulto. No final do mesmo dia, os pescadores avistaram outra onça-preta. Ela estava tomando banho em outro ponto do rio.
As onças-pretas são, na verdade, onças-pintadas que possuem melanismo, uma mutação genética que aumenta a produção de melanina. O resultado é uma coloração predominantemente preta.
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Embora o gene responsável pela coloração escura seja dominante, poucas onças exibem essa característica. Por isso, os avistamentos são tão raros.
A jornada até a onça-preta
Para chegar à pousada em Jacareacanga, no Pará, o grupo viajou de avião até a margem esquerda do Rio Teles Pires, em Apiacás (MT). De lá, navegaram por 2 horas e meia, caminharam 1 hora e meia sobre pedras e andaram 500 metros na floresta, antes de navegar novamente por 1 hora, até o destino.
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“Conseguimos ver uma anta enorme, diversos jacarés e pescamos quase 30 peixes por dia, a maioria tucunarés”, disse Motta. “Falei para a minha família que eu veria uma onça e consegui. Foi inesquecível para todos nós, elas eram incríveis, e até os guias nunca tinham visto nada igual.”