A percepção negativa sobre os rumos da economia brasileira avançou e, pela primeira vez desde junho de 2023, superou o otimismo entre os brasileiros, conforme levantamento Genial/Quaest divulgado depois do anúncio do tarifaço feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Na pesquisa, 43% dos entrevistados projetam piora econômica nos próximos 12 meses, enquanto apenas 35% acreditam em melhora. Outros 19% veem estabilidade e 3% não souberam opinar sobre o cenário futuro.
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No levantamento anterior, realizado entre 29 de maio e 1º de junho, após o escândalo do INSS, 45% apostavam em melhora e 30% previam piora. Agora, a tendência se inverteu diante do novo contexto internacional, segundo análise do diretor da Quaest, Felipe Nunes.
O levantamento, com margem de erro de dois pontos percentuais, mostra que 21% avaliam que a economia melhorou no último ano, ante 18% na pesquisa anterior; já 46% apontam piora, número abaixo dos 56% registrados em março.
A persistência dos preços elevados dos alimentos preocupa 76% dos entrevistados, pouco abaixo dos 79% do levantamento anterior. O poder de compra é considerado menor por 80%, índice semelhante aos 79% de maio.
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Reações ao tarifaço e à postura do governo
Sobre a decisão de Trump, 72% veem erro na imposição das tarifas ao Brasil por conta da “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto 19% apoiam a justificativa do presidente norte-americano.
Quanto à reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 53% apoiam a reciprocidade adotada pelo governo, enquanto 39% discordam dessa resposta; 8% não souberam responder.
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A carta de Trump comunicando as tarifas foi conhecida por 66% dos entrevistados. Os pesquisadores ouviram 2.004 pessoas em 120 cidades de 10 a 14 de julho.
O levantamento ainda aponta que Lula tem avaliação negativa de 40% e positiva de 28%, com leve oscilação positiva em relação à pesquisa anterior. O governo Lula e o PT responsabilizam Bolsonaro pela sobretaxa que passará a valer em agosto.