A Petrobras registrou lucro de R$ 26,6 bilhões no segundo trimestre de 2025, de acordo com relatório de desempenho divulgado na quinta-feira 7. O número marca a recuperação da companhia em relação ao prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo período de 2024. Com o resultado positivo, a estatal anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos aos acionistas.
No primeiro semestre do ano, a petroleira acumula ganhos de R$ 61,8 bilhões. O total repassado aos acionistas em 2025 já soma R$ 20,3 bilhões.
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Segundo o diretor financeiro da empresa, Fernando Melgarejo, o desempenho foi impulsionado pela entrada de novos sistemas de produção e pela melhoria da eficiência nos campos já operacionais.
A produção de petróleo e gás natural aumentou 7,8% e alcançou 2,9 milhões de barris por dia, puxada pelo navio-plataforma Almirante Tamandaré — o maior da frota.
Mesmo com o avanço, a queda de 20,2% no preço médio do petróleo reduziu a lucratividade do setor de exploração e produção, que fechou o trimestre com R$ 22,4 bilhões — uma retração de 17,5%.


A produção de combustíveis caiu 0,8%, mas as vendas subiram na mesma proporção, atingindo 1,8 milhão de barris por dia.
Paralelamente, a receita líquida de vendas recuou 2,6%, fechando o trimestre em R$ 116,1 bilhões. O Ebitda subiu 5,1% e chegou a R$ 52,2 bilhões. Desconsiderando efeitos não recorrentes, o lucro do período foi de R$ 23,1 bilhões.
Investimentos no pré-sal e menor endividamento da Petrobras
No trimestre, a Petrobras investiu US$ 4,4 bilhões, cerca de R$ 25 bilhões, valor 32% superior ao aplicado no mesmo período de 2024. Os principais focos foram a expansão da produção no pré-sal e a conclusão das obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
A dívida líquida total da companhia fechou o trimestre em R$ 319,5 bilhões — queda de 0,7% em relação ao período anterior. Desse montante, R$ 140,7 bilhões são de dívidas financeiras e R$ 230,7 bilhões referem-se a arrendamentos de plataformas.
A distribuição de dividendos segue a política de remuneração da Petrobras, que prevê repasses sempre que a dívida permanecer abaixo do limite definido no plano estratégico.


“Esta distribuição não compromete a sustentabilidade financeira da companhia”, informou a empresa em nota ao mercado.
Fernando Melgarejo, diretor financeiro da estatal, também destacou que, mesmo com o petróleo 10% mais barato em relação ao trimestre anterior, a petroleira conseguiu preservar o lucro recorrente no mesmo patamar.
O preço médio do combustível vendido pela empresa caiu para R$ 486,89 por barril — o menor desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Inadimplência avança e atinge 30% da população brasileira
Enquanto os resultados da Petrobras apontam para solidez financeira, os dados da economia real revelam um cenário oposto para o consumidor.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a inadimplência atingiu 30% da população em julho de 2025, o maior patamar desde setembro de 2023. O endividamento das famílias permaneceu estável em 78,5%.
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O cartão de crédito lidera como principal modalidade de dívida, com 84,5% dos casos. Os carnês aparecem em segundo lugar, com 16,8%. A CNC também registrou queda no comprometimento médio da renda e redução no número de famílias que destinam mais da metade dos ganhos ao pagamento de dívidas.