Investigação sobre desvios em licitações do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) colocou o empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, presidente da LCM Construção e Comércio, no centro das atenções. Nesta terça-feira, 22, a Polícia Federal (PF) realizou buscas na sede da empresa em Belo Horizonte e na casa de Junqueira, em Nova Lima, onde apreendeu três carros da marca Porsche.
Desde 2014, a LCM, sob a liderança de Junqueira, recebeu aproximadamente R$ 10 bilhões em contratos com o governo federal, sendo R$ 418 milhões provenientes de emendas parlamentares. Deste valor, R$ 71 milhões são ligados ao chamado “orçamento secreto”, cuja destinação não é transparente, informa o portal Metrópoles.
Conforme decisão da Justiça Federal, laudos apontam que a LCM participou de pregões com “vícios insanáveis”, apresentando propostas de desconto nulo ou acima do preço de referência, simulando concorrência inexistente. Segundo as investigações, o empresário também teria favorecido direcionamentos em licitações e praticado suposta lavagem de dinheiro, totalizando saques de R$ 680 mil.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A defesa da LCM contesta qualquer irregularidade nos contratos firmados com o Dnit do Amapá e nos processos licitatórios. A empresa também registrou confiança no desfecho da operação sob comando da PF.
“A empresa e seu diretor estão à inteira disposição das autoridades”, afirmou a empresa. “Confiando que os fatos sob investigação serão prontamente esclarecidos.”
O Dnit afirmou, em comunicado, que colabora com as investigações. O órgão também divulgou manter uma política de combate à fraude e corrupção.
Leia mais:
“As instâncias de integridade da autarquia também estão apurando os fatos a fim de adotar as medidas administrativas que forem necessárias”, afirmou a equipe de comunicação do departamento, que tem vínculo com o Ministério dos Transportes. “O Dnit está em permanente contato com os órgãos de controle e reafirma que pauta sua atuação dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública”.
Contratos milionários da empresa de Luiz Otávio Fontes Junqueira


Os contratos milionários da LCM coincidem com o período em que grandes empreiteiras foram atingidas pela Operação Lava Jato, a partir de 2014. Situação essa que permitiu à empresa ampliar sua presença em licitações federais.
Além disso, Luiz Otávio Fontes Junqueira responde a um processo do Ministério Público Federal (MPF) do Pará por suposto superfaturamento em obra hospitalar em Santarém. Neste ano, a Justiça Federal rejeitou os pedidos do MPF contra o empresário, mas o órgão recorre e aguarda decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília.
Leia também: “A indústria do sequestro de veículos”, reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 277 da Revista Oeste