Uma investigação da Polícia Federal atingiu a prefeita de Iracema, no sul de Roraima, Marlene Saraiva (Republicanos), e o ex-prefeito Jairo Ribeiro (Republicanos) por suspeita de compra de votos nas eleições municipais de 2024. A operação, batizada de Voto de Cabresto, cumpriu dez mandados de busca e apreensão tanto em Iracema quanto em Boa Vista.
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Além dos dois principais investigados, a ação também mirou dois vereadores reeleitos e o cunhado da prefeita. Segundo a apuração, aliados recebiam pagamentos por Pix, utilizando empresas de fachada, e repassavam dinheiro a eleitores em troca de votos. Parte dos pagamentos ocorreu em espécie.


Coação de eleitores e articulação política em Iracema
Os eleitores, conforme a PF, eram coagidos a gravar vídeos dentro da cabine de votação para comprovar o voto. O ex-prefeito Jairo Ribeiro, que liderou a Prefeitura de Iracema desde 2016, foi o principal articulador da campanha de Marlene Saraiva, apoiando publicamente sua candidatura e mobilizando aliados.
Depois de assumir o cargo, Marlene sancionou uma lei garantindo segurança pessoal a ex-prefeitos com recursos do município. Para ter acesso ao benefício, é necessário comprovar ter sofrido atentado sem que a polícia tenha identificado os autores. Ribeiro foi baleado em 2018, mas ninguém foi preso.


Disputa e apoios locais
No cenário político local, o governador Antonio Denarium (PP) apoiava Edinho (PP), enquanto Marlene Saraiva recebeu respaldo do vice-governador Edilson Damião (Republicanos) e do senador Mecias de Jesus (Republicanos).