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PF não indiciou Bolsonaro em inquérito da ‘Abin paralela’

A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação sobre o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal de opositores durante o governo Bolsonaro. A apuração identificou indícios de crime por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.

O relatório final permanece sob sigilo, inclusive a relação oficial de indiciados. Nesta terça-feira, 17, um integrante do alto escalão da PF chegou a confirmar que Bolsonaro constava entre os indiciados, junto a mais de 30 pessoas, incluindo Carlos e Ramagem. 

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Entretanto, diferentemente do que afirmou o oficial da PF, Bolsonaro não foi formalmente indiciado no inquérito da chamada “Abin paralela”. A apuração é do jornal O Estado de S. Paulo.

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Polícia Federal investiga “Abin Paralela” | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O indiciamento é atribuição exclusiva do presidente do inquérito, e houve um equívoco por parte de fontes da PF ao considerarem a lista de “responsáveis criminais” como equivalente à lista de indiciados — o que não corresponde à realidade.

Outros integrantes da corporação esclareceram que, por já ter sido indiciado pelo mesmo crime do qual seria acusado no inquérito da “Abin paralela” — organização criminosa — em outra investigação, Bolsonaro não teve seu nome repetido na nova lista. Isso porque a lei impede que uma pessoa responda duas vezes por uma mesma conduta. 

Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se vai denunciar Bolsonaro e os demais envolvidos, independentemente da lista de indiciados da PF.

Carlos Bolsonaro comenta indiciamento no caso da “Abin paralela”

Carlos Bolsonaro insinuou que o indiciamento tem motivação política. “Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo?”, escreveu nas redes sociais. “Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência.”

A investigação também alcançou nomes da atual gestão da Abin. Estão entre os indiciados o atual diretor-geral da agência, delegado Luiz Fernando Corrêa, que foi indicado por Lula, e o ex-número dois da instituição Alessandro Moretti. Corrêa, ligado ao PT, já havia comandado a Polícia Federal entre 2007 e 2011, no segundo mandato de Lula.

Segundo o inquérito, a Abin foi instrumentalizada por um esquema de espionagem ilegal para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente e de seus aliados.

A investigação ganhou força em outubro de 2023, com a deflagração da Operação Última Milha, nome que faz alusão ao software de espionagem “FirstMile”. De acordo com a PF, o sistema foi usado cerca de 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com pico em 2020, ano das eleições municipais.

Já em janeiro de 2024, a Operação Vigilância Aproximada teve como alvo os endereços de Alexandre Ramagem, em nova etapa da apuração.


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