O DNA encontrado em uma garrafa de água no Palácio do Planalto se tornou elemento central no processo contra Glederson Henrique Ribeiro, investigado por envolvimento nos atos de 8 de janeiro.
Ele responde a sete crimes, como associação criminosa e incitação ao crime, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Documentos dizem que Ribeiro atuava no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, ponto de partida para os protestos.
Em setembro de 2023, a acusação foi ampliada para incluir associação criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado — acréscimos aceitos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A mudança da PGR em relação a um dos acusados pelo 8 de janeiro


A Polícia Federal identificou o DNA de Ribeiro a partir da saliva na garrafa, o que motivou o endurecimento da denúncia. Para a PGR, o material indicava que ele participou das depredações no Planalto.
No entanto, em nova manifestação nas alegações finais, a própria PGR pediu a absolvição de Ribeiro das cinco acusações mais graves. Segundo o órgão, o DNA não comprova a presença dele nos atos de vandalismo nem indica adesão consciente ao movimento golpista.
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A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa, também solicitou a absolvição total, alegando que a denúncia foi precipitada e baseada em provas frágeis.
Para a DPU, o DNA apenas indicaria que Ribeiro esteve no local, o que não sustenta as acusações mais graves. “O retorno à imputação original reforça a ausência de elementos que justifiquem uma condenação”, escreveu o órgão.
Estrutura do acampamento e perfil dos manifestantes
O acampamento montado diante do QG do Exército reunia empresários, autônomos, aposentados e militares da reserva, em sua maioria de alta renda. Parte dos manifestantes dormia no local, enquanto outros apenas participavam das manifestações antes de retornar para suas casas ou hospedagens.
A estrutura incluía tendas de alimentação financiadas por doações via Pix e barracas de oração, garantindo apoio logístico contínuo durante o período de mobilização.
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