O governo federal recolocou grades de proteção ao redor do Palácio do Planalto nesta semana, diante da intensificação de protestos contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. O Gabinete de Segurança Institucional justificou a ação como parte dos protocolos previstos para momentos de possível aglomeração popular.
A decisão ocorre depois da mobilização de apoiadores do ex-presidente, incluindo atos liderados por parlamentares, em Brasília. As manifestações resultaram na interdição da Esplanada dos Ministérios na terça-feira 5.
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Depois dos atos, deputados e senadores da oposição ocuparam os plenários da Câmara e do Senado para impedir as sessões, em protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes proibiu novos acampamentos na Praça dos Três Poderes. A determinação respondeu ao gesto do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), que armou barraca em frente ao STF para protestar contra as restrições impostas a Bolsonaro.


Mesmo com o aumento das tensões e a presença de manifestantes nos arredores do centro político do país, o Planalto permaneceu aberto até esta quarta-feira, 6, quando os bloqueios foram retomados. A mudança demonstra uma reação à escalada dos atos pacíficos, que agora têm a adesão de grupos organizados no Congresso Nacional.
Os congressistas alinhados ao ex-presidente prometeram manter a obstrução das votações até que a Câmara e o Senado apreciem pautas exigidas pelo grupo. Entre elas estão a anistia aos presos do 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment de Moraes.
Oposição desocupa plenário da Câmara
A Câmara dos deputados retomou os trabalhos na noite de ontem. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), concluiu as negociações com a oposição, que ocupava o plenário desde terça-feira.
Mais cedo, Hugo Motta ameaçou suspender por até seis meses os mandatos de deputados que impedissem o início da sessão.
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Ele também mencionou a possibilidade de acionar a Polícia Legislativa para retirar os parlamentares do plenário. Apesar da declaração, o regimento interno não autoriza que ele decida, sozinho, pela suspensão de nenhum mandato.