O crédito rural nos primeiros dois meses do Plano Safra 2025/26 apresentou leve queda em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Por outro lado, os recursos contratados e ainda não liberados mantêm o volume próximo da safra passada. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou os dados na última sexta-feira (19).
Em julho, as instituições financeiras liberaram R$ 39,5 bilhões, contra R$ 42,8 bilhões no mesmo mês de 2024/25, uma redução de 8%, conforme a nota técnica. No entanto, ao considerar também os valores contratados e ainda não liberados, o total chega a R$ 49,58 bilhões, alta de 15,76%. O Mapa explica que a contabilização ocorre apenas no momento da liberação, que pode levar até 360 dias, tornando a comparação mais precisa.
Os primeiros dois meses da safra 25/26
No acumulado de julho e agosto, as instituições financeiras liberaram R$ 81,11 bilhões em crédito rural. Desse total, R$ 33,72 bilhões foram destinados ao custeio, R$ 4,48 bilhões ao investimento e R$ 4,36 bilhões à comercialização. Para industrialização, os bancos liberaram R$ 5,36 bilhões, e R$ 33,19 bilhões foram aplicados em CPRs. Somando os valores contratados e ainda não liberados, o total alcança R$ 99,08 bilhões, queda de 1,75% em relação ao mesmo período de 2024/25.
No total, o Plano Safra 2025/26 prevê R$ 516 bilhões, divididos entre recursos controlados e livres. Os controlados somam R$ 174,6 bilhões e incluem fundos constitucionais, Funcafé, recursos obrigatórios e equalizados. Médios e grandes produtores contrataram R$ 64,25 bilhões para custeio e R$ 49,53 bilhões para investimento.
A equalização é viabilizada por R$ 3,9 bilhões em subvenção do Tesouro Nacional, que cobre a diferença entre a taxa de juros da fonte e a final aplicada ao produtor.
Recursos livres e financiamento via CPR
Os recursos livres somam R$ 327 bilhões, divididos em direcionados e sem direcionamento. As instituições aplicam R$ 300 bilhões dos direcionados obrigatoriamente em crédito rural, enquanto os R$ 27 bilhões restantes, sem direcionamento, seguem encargos mais próximos do praticado pelo mercado. Já o financiamento via Cédulas de Produto Rural (CPR) soma R$ 188,53 bilhões, com R$ 179,43 bilhões vinculados às LCAs e R$ 9,1 bilhões à poupança rural.
Atualmente, 25 instituições financeiras operam linhas equalizáveis, incluindo o BNDES. Com isso, o acesso a programas como Moderfrota, Proirriga, Renovagro, Inovagro e PCA são ampliados. Preços, condições climáticas e fatores conjunturais podem influenciar a procura por crédito ao longo da safra.