Um total de 19 brasileiros deportados dos Estados Unidos entre fevereiro e julho deste ano foi detido pela Polícia Federal ao desembarcar no Brasil. Os dados constam de levantamento realizado pela CNN com base em informações fornecidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e pela própria Polícia Federal.
As prisões ocorreram de forma distribuída ao longo do período, com destaque para os meses de março e julho, que registraram seis detenções cada. Em fevereiro, foram presos dois repatriados no dia 21.
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Em março, houve duas prisões no dia 15 e outras quatro no dia 28. No mês de maio, foram dois detidos no dia 9 e três no dia 24. Já em julho, as seis prisões ocorreram no dia 4, data da chegada do voo mais recente vindo dos EUA. O levantamento foi publicado pela CNN Brasil nesta quinta-feira, 10.
As autoridades não divulgaram os motivos específicos de todas as detenções. No entanto, entre os presos estão indivíduos procurados por crimes como roubo e agenciamento de imigração. Um dos detidos, em 21 de fevereiro, figurava na Difusão Vermelha da Interpol e era considerado foragido internacional.
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Mais de mil brasileiros já foram deportados
Ao todo, 1,1 mil brasileiros já foram repatriados dos EUA neste ano. O último voo chegou ao Brasil na última sexta-feira, 4, quando pousou no Aeroporto Internacional de Fortaleza por volta das 11h15.
Os deportados foram encaminhados para um hotel, onde receberam kits de higiene, alimentação e atendimento psicossocial. O deslocamento para os Estados de origem foi feito por transporte terrestre providenciado pelo governo federal.
Entre os passageiros desse último voo, seis pessoas eram procuradas pela Justiça e foram presas ainda no aeroporto. Minas Gerais foi o estado que mais recebeu repatriados até o momento, com 49 pessoas, sendo 24 transportadas em ônibus fornecido pelo governo.


Os demais foram direcionados ao Ceará ou a outras unidades da federação, como Rondônia, São Paulo, Goiás e Pará. Também figuram como destinos Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal e Santa Catarina.
A maior parte dos repatriados vivia nos EUA há pouco tempo, especialmente em Estados com significativa presença de imigrantes brasileiros, como Texas, Massachusetts, Flórida e Nova Jersey. Mais de 70% dos deportados relataram ter trabalhado mais de oito horas diárias em condições frequentemente precárias.
No primeiro voo enviado ao Brasil, os deportados chegaram algemados nas mãos e nos pés, o que levou o governo brasileiro a protestar formalmente e a reestruturar a recepção. Desde então, os voos passaram a pousar em Fortaleza, e as algemas deixaram de ser utilizadas.
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