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Polícia investiga irregularidades financeiras no partido de Le Pen

Uma operação policial, realizada na manhã desta quarta-feira, 9, colocou o partido Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, sob investigação. A legenda é acusada de praticar irregularidades financeiras em campanhas eleitorais na França

A ação faz parte de um inquérito que examina supostas práticas ilícitas relacionadas ao financiamento de atividades políticas.

De acordo com Jordan Bardella, presidente do RN, policiais armados da Brigada Financeira, acompanhados por dois juízes de instrução, chegaram à sede do partido às 8h50 (13h50, no horário de Brasília).

“Todos os e-mails, documentos e elementos de contabilidade do primeiro partido de oposição foram apreendidos”, afirmou Bardella, em publicação no X. “A operação ocorreu sem que soubéssemos, neste ponto, quais são precisamente as acusações.”

Reação do partido e críticas à operação

Bardella relatou que a operação envolveu cerca de 20 policiais. Os agentes usavam coletes à prova de bala. O presidente do RN classificou a ação como parte de um “assédio” ao partido. 

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Além disso, ressaltou que, até o momento, só foram informados de que as buscas têm como alvo a atividade eleitoral. “Trata-se de um grave ataque ao pluralismo e à alternância democrática”, afirmou. “Nunca antes um partido da oposição havia sido alvo de um ataque tão feroz sob a 5ª República.”

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O foco da investigação, conforme divulgado pela imprensa francesa, são empréstimos de apoiadores ricos para financiar campanhas do RN. Também há suspeitas de superfaturamento de faturas para obter maiores reembolsos do Estado. 

Nas eleições legislativas antecipadas do ano passado, o RN se consolidou como o segundo maior bloco na Assembleia Nacional. Ficou atrás apenas da coalizão de esquerda e liderou na votação popular.

Histórico de investigações e possíveis consequências para Le Pen

O inquérito foi aberto em 3 de julho e cobre o período de 2021 a 2024, segundo informações do jornal francês Le Monde. Até o momento, não houve prisões. Em março, integrantes do partido, inclusive Marine Le Pen, foram condenados por uso indevido de € 4,2 milhões (cerca de R$ 27 milhões) de fundos do Parlamento Europeu.

Marine Le Pen garantiu que seu governo respeitará as regras constitucionais de convivência com o presidente Emmanuel MacronMarine Le Pen garantiu que seu governo respeitará as regras constitucionais de convivência com o presidente Emmanuel Macron
Marine Le Pen é a principal líder da direita francesa | Foto: Reprodução/Twitter/X/@brasilemfuria

Le Pen recebeu uma sentença de quatro anos de prisão — dois em regime fechado. Existe, contudo, a possibilidade de cumprir a pena em casa com tornozeleira eletrônica. Ela também ficou inelegível por cinco anos para cargos públicos, medida válida imediatamente.

Apesar de manter o mandato na Assembleia Nacional, Le Pen pode ser impedida de disputar a Presidência da França em 2027, caso não obtenha êxito em recurso previsto para 2026. No começo deste mês, o Le Monde também revelou nova apuração sobre suspeitas de irregularidades financeiras do RN no Parlamento Europeu. 

Segundo relatório da direção-geral de finanças da instituição, o grupo Identidade e Democracia (ID), ao qual o RN pertenceu de 2019 a 2024, teria distribuído ilegalmente dinheiro em doações a entidades de diversos países.

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