Detido na manhã desta terça-feira, 1º, Rafael da Fonseca Carvalho, policial militar suspeito de atuar ilegalmente como segurança privado em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, também trabalhou como segurança da deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), ex-ministra do Turismo do governo Lula.
Fonseca Carvalho está entre os 11 policiais presos nesta terça-feira. A operação contra eles partiu do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O policial, anteriormente cedido pela Polícia Militar à Prefeitura de Belford Roxo, foi dispensado da função em abril de 2025, assim como outros quatro colegas de farda. Em perfis nas redes sociais, Fonseca Carvalho compartilhava fotos ao lado da ex-ministra e marido dela, o ex-prefeito Waguinho Carneiro. O militar chegou a declarar ser “fã” da hoje deputada.
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Em uma publicação, o policial afirmo não poupou elogios à parlamentar. “Todo meu respeito e admiração por ter honrado o meu voto e de toda minha família que acreditamos na senhora em 2018″, afirmou, em postagem no Instagram, conforme o site Metrópoles. “Tenho um orgulho imenso em dizer que votei na senhora.”
Daniela do Waguinho se manifesta
Daniela do Waguinho confirmou que Rafael da Fonseca Carvalho atuou em sua equipe de segurança até 2024. Em nota, a deputa ressaltou que a cessão do agente foi autorizada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. “Durante todo o período em que esteve designado à minha equipe, sempre atuou com competência, respeito e conduta ilibada.”
“Não tenho conhecimento sobre sua vida pessoal ou atividades realizadas fora do exercício de suas funções”, prosseguiu a ex-ministra de Lula, segundo o Metrópoles. “Tampouco fui informada sobre qualquer investigação ou processo em curso. Confio plenamente na Justiça e espero que todos os fatos sejam esclarecidos com isenção e responsabilidade. Reafirmo que não compactuo com crimes, violências ou qualquer tipo de irregularidade.”
Daniela do Waguinho foi ministra do Turismo de janeiro a julho de 2023. Lula a trocou por Celso Sabino no comando da pasta. Desde então, a mulher do ex-prefeito de Belford Roxo exerce mandato como deputada federal.
Investigações sobre segurança privada ilegal
Segundo a investigação, os 11 policiais presos nesta terça-feira faziam segurança armada para comerciantes de Belford Roxo durante o expediente policial, recebendo pagamentos mensais entre 2021 e 2024. O MPRJ informou que todos responderão por organização criminosa na Justiça.
As apurações mostram que o serviço irregular, conhecido como “bico”, fere princípios legais e de isonomia no acesso à segurança pública. Os comércios beneficiados incluíam restaurantes, mercados, postos de combustíveis, farmácias, clínicas, universidades e até um posto do Detran no município da Baixada Fluminense.
