Defesa Civil e Corpo de Bombeiros atuam no atendimento a população afetada –
Rio Bonito do Iguaçu foi atingido por um tornado de classificação F3 da escala Fujita. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) esclareceu que a escala F3 implica ocorrência de ventos que podem ter ultrapassado os 250 km/h em alguns pontos da cidade. O caso aconteceu em 7 de novembro. Há pouco mais de 98 anos, em 24 de outubro de 1927, Ponta Grossa também foi atingida por um fenômeno parecido.
A questão levantou questionamentos sobre a preparação de Ponta Grossa para casos como este. Segundo a Prefeitura Municipal, no que diz respeito a episódios climáticos com potencial destrutivo e às mudanças climáticas, ela dispõe de recursos, estrutura e planos de ação junto às secretarias de Meio Ambiente, Serviços Públicos, Fundação de Assistência Social, Inovação e Iplan, em articulação com a Defesa Civil Municipal e outros órgãos. Por meio dessa organização, a Prefeitura mantém uma estrutura permanente de monitoramento, prevenção e resposta a eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, ventanias, alagamentos e deslizamentos.
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Conforme divulgado pela Defesa Civil de Ponta Grossa, existem 11 áreas de risco que são monitoradas, por terem maior potencial de ocorrer algum incidente. Destes locais, oito são mais suscetíveis a inundações: regiões do Boa Vista, do D.E.R., de Olarias, da Ronda, do Santo Antônio, da Vila Cipa e da Vila Lina. As demais, regiões da Vila Ana Rita, da Vila Margarida e da Vila Vilela, são propensas a deslizamentos.
Atualmente, mais de 1,6 mil pessoas moram nos locais de risco monitorados constantemente pela Defesa Civil. Como explica o coordenador da Defesa Civil, Elinton Krambeck, em alguns destes locais já houve ocorrências registradas ao longo dos anos, enquanto outros são monitorados pelo potencial de ocorrências.
Coordenador da Defesa Civil, Elinton Krambeck | Foto: João Iansen/aRede.
CONTINGÊNCIA – Em casos de emergência, envolvendo desastres naturais, o município dispõe de equipamentos, abrigos, veículos de apoio, entre outros. De acordo com Elinton, o contingente da cidade é de cinco agentes, o que deve aumentar no próximo ano. Em veículos, a Defesa Civil dispõe de um caminhão, uma van usada como módulo móvel, quatro veículos 4×4 e um automóvel para o administrativo. Como citado anteriormente.
Além disso, a equipe também conta com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Guarda Civil Municipal para atender emergências.
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Já a Secretaria Municipal de Serviços Públicos mantém em dia uma frota de veículos para serviços diários e que são usados de maneira preventiva e também representam recursos à disposição em caso de uma emergência. Dentro dos sinistros normalmente associados a estas situações, são recursos utilizados para corte e destinação de árvores caídas sobre a rede elétrica, ruas ou edificações, coleta de rescaldos, desobstrução de córregos, entre outras situações de emergência possíveis.
A Secretaria dispõe de um grupo de 167 servidores, a maioria para trabalhar diretamente nas ruas. São mais de 30 caminhões dos modelos Caçamba, Carroceria, Pipa, Furgão, Hidrojato (para desobstrução de galerias), além de picape cesto e outros veículos entre os mais demandados em situações de emergência, além de 14 retroescavadeiras.
“Nunca podemos ter clareza de como serão as situações enfrentadas, mas o planejamento permite nos cercarmos de alguns cuidados e nos prepararmos para os casos que vierem a ocorrer. Por isso também temos uma rede de contatos em dia e agimos em força-tarefa com a Defesa Civil, Bombeiros e outros órgãos necessários para as intervenções. Buscamos estar sempre à disposição, pois as ocorrências são possíveis – mas não têm hora marcada para acontecer. Nestes casos, analisamos rapidamente a situação e buscamos minimizar os riscos e danos para a intervenção, sempre visando primeiro a preservação das vidas”, conta o secretário municipal de Serviços Públicos, Eduardo Marques.
FUTURO – Para reduzir áreas de risco no município, a Prefeitura realizou projetos para três grandes bacias de rios que cruzam o interior do perímetro urbano: Arroio da Ronda, de Olarias e Pilão de Pedra, com projetos visando a contenção de cheias pelos próximos 100 anos, criação de lagos e grandes áreas verdes, restaurando áreas degradadas e impedindo a ocupação do solo com moradias em áreas de risco. A ação também impede o assoreamento do leito do rio e reduz o risco de alagamentos.
O planejamento contempla a implantação da Área de Proteção Ambiental de Olarias – já uma realidade – bem como o primeiro Plano de Arborização Urbana de Ponta Grossa, além do inédito Projeto para medir os efeitos de Gases de Efeito Estufa (GEE) na cidade.
Os resultados desse diagnóstico servirão como base técnica para a criação de leis e diretrizes de adaptação climática, que nortearão o planejamento urbano e ambiental das próximas décadas, tornando o município cada vez mais resiliente, inteligente e preparado para as mudanças climáticas.
Histórico: Cidade já foi atingida por tornado, tempestade e granizo
Ao longo dos anos, Ponta Grossa foi atingida por diferentes eventos climáticos e meteorológicos distintos. Em termos de desastres climáticos, o que mais acontece em Ponta Grossa são os vendavais, segundo a professora Karin Linete Hornes, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “Depois, temos chuvas de granizo, que acabam afetando o ponta-grossense. Então são fenômenos que a gente precisa saber que existem e nós precisamos estar planejados e preparados para esse tipo de situação, que é comum”, completa.
Professora Karin Linete Hornes | Foto: Arquivo/aRede.
Levando em consideração o tornado de classificação F3 da escala Fujita, que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, a professora afirma que Ponta Grossa não possui estrutura para se proteger de ventos com tal força – mais de 250 km/h. “Precisamos pensar sobre essa questão, pois o desastre natural que mais ocorre em Ponta Grossa são vendavais. Os prédios públicos devem ser pensados para resistir a este tipo de evento. Para servirem a população neste momento”, diz.
Em sua fala, Karin cita alguns tornados registrados no município. “Tivemos o tornado de 1927, outro em 2016, que atingiu a região do Contorno, além de outros registros em regiões próximas e ao entorno da cidade”, acrescenta.
HISTÓRIA – Há pouco mais de 98 anos, em 24 de outubro de 1927, Ponta Grossa também foi atingida por um fenômeno parecido. O município registrou a passagem de um tornado, com ventos que ultrapassaram os 100 km/h. Na ocasião, casas e imóveis foram destruídos. Ao menos oito pessoas foram hospitalizadas e houve registos de três mortes. A antiga prefeitura foi usada como pronto-socorro improvisado para atender os feridos.
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Já em 2015, a Defesa Civil relembra as fortes chuvas que acabaram causando enchentes e alagamentos no município. Em situação semelhante, em 2023, uma chuva de granizo afetou mais de 4 mil imóveis, atingindo cerca de 22,2 mil pessoas, deixando 160 desalojadas e sete desabrigadas.
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Em 2015 e 2023, a Defesa Civil registrou alagamentos e inundações, além de fortes chuvas de granizo. -

Em 2015 e 2023, a Defesa Civil registrou alagamentos e inundações, além de fortes chuvas de granizo. -

Em 2015 e 2023, a Defesa Civil registrou alagamentos e inundações, além de fortes chuvas de granizo. -

Em 2015 e 2023, a Defesa Civil registrou alagamentos e inundações, além de fortes chuvas de granizo. -

Em 2015 e 2023, a Defesa Civil registrou alagamentos e inundações, além de fortes chuvas de granizo. -

Em 2015 e 2023, a Defesa Civil registrou alagamentos e inundações, além de fortes chuvas de granizo. -

Recentemente, um vendaval atingiu Ponta Grossa.
ATUAÇÃO EMERGENCIAL – Em situações de eventos climáticos severos, como casos citados acima, o município segue o Plano Municipal de Contingência de Proteção e Defesa Civil, que prevê:
– Ativação imediata da Defesa Civil Municipal, com apoio da Guarda Civil, SMSP, SMMA e Assistência Social;
– Resgate e acolhimento da população atingida, com abrigos temporários e suporte psicossocial;
– Monitoramento climático e alertas preventivos em parceria com o Simepar, Corpo de Bombeiros e projeto-piloto da Prefeitura Municipal;
– Comunicação integrada entre órgãos municipais e estaduais, garantindo resposta rápida e eficaz.
– Também recomendado acionar equipes para atendimento através dos contatos:
– Defesa Civil de Ponta Grossa – (42) 3220-1030
– Corpo de Bombeiros – 193
– Atualizações Defesa Civil Estadual – SMS para 40199
Veja locais destinados para abrigos em casos de emergência em Ponta Grossa | Foto: Geverson Dalzotto Cunha/aRede.
AÇÕES – A secretária de Meio Ambiente, Carla Kritski, destaca que o conjunto de ações reflete, para além da prevenção contra eventos adversos, um compromisso com o futuro sustentável. “Com planejamento, ciência e gestão integrada, Ponta Grossa avança na construção de uma cidade mais segura, verde e sustentável, alinhada às Política Nacionais e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente no ODS 11 (Cidades Sustentáveis), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e ODS 13 (Ação Climática)”, explica a secretária.
Secretária de Meio Ambiente de Ponta Grossa, Carla Kritski | Foto: Arquivo/aRede.
“Essas ações reafirmam o compromisso da Prefeitura de Ponta Grossa em proteger vidas, reduzir vulnerabilidades e promover uma transição ambiental sólida, onde o desenvolvimento urbano e a sustentabilidade caminham lado a lado”, acredita a gestora.
Para a prefeita Elizabeth Schmidt, Ponta Grossa vem consolidando um conjunto de políticas públicas inovadoras voltadas à resiliência urbana e adaptação às mudanças climáticas, incorporando instrumentos técnicos, legais e práticos que fortalecem a capacidade e rapidez de resposta da cidade. “São iniciativas que já ocorreram e outras que estamos planejando para garantir a segurança climática de Ponta Grossa para os próximos 100 anos. Já aprendemos muito com os eventos que ocorreram em nossa cidade e a cada dia nos preparamos mais para o que pode acontecer”, finaliza.
Elizabeth Silveira Schmidt, prefeita de Ponta Grossa | Foto: Arquivo/aRede.
A partir disso é possível notar que Ponta Grossa, apesar de não ter estrutura física para suportar grandes desastres, possui um plano elaborado e concreto para atender da melhor maneira e auxiliar a população atingida. Além disso, com projetos futuros para o meio ambiente, a cidade tende a diminuir os riscos de mudanças climáticas afetarem a população, mitigando, também, o risco de fenômenos meteorológicos que possam acarretar destruições no município.


