Em torneios como a Copa do Mundo ou o novo Mundial de Clubes, é comum que torcedores ao redor do mundo fiquem ansiosos para os encontros entre as principais equipes do planeta, como PSG, Real Madrid, Manchester City. Esses torneios, porém, também são marcados por alguns encontros mais aleatórios. Foi o caso, nesta terça-feira (17), do encontro entre Ulsan e Mamelodi Sundowns, que terminou com vitória sul-africana.
Para muitos, esse jogo pode passar desapercebido. Mas a realidade é que são essas partidas que, muitas vezes, guardam as histórias mais interessantes de um torneio como o Mundial de Clubes.
A começar pelas arquibancadas. Elas estavam vazias, isso é verdade, com apenas 3412 espectadores registrados. Mas o que faz alguém sair de casa e ir até o estádio? Os motivos são variados.
Gustavo, por exemplo, é um brasileiro torcedor do Grêmio que mora em Orlando há seis anos. Na porta do estádio, ele já chegava com a camisa do Ulsan e chamava a atenção.
“Eu acompanho o futebol coreano faz tempo, sempre gostei e sou muito fã de futebol, eu vim pelo futebol”, relatou à ESPN.
Nilton e Christopher, por sua vez, são pai e filho e vieram de Curitiba até Orlando. O motivo da viagem não era a partida aleatória. Mas, já que estavam de férias, por que não assistir a um pouco de futebol?
“Viemos ver um jogo que é um clássico do futebol mundial (risos)”, brincou Nilton. “A galera tem mais vontade de assistir aos grandes times, como o Real Madrid, e a gente caiu aqui de paraquedas”, completou o filho.
Há também aqueles torcedores que são tão aleatórios quanto o próprio jogo. É o caso de Daniel, alemão que mora na Noruega e faz de tudo para acompanhar o máximo de partidas que pode.
“Eu vou em todas as Copas do Mundo desde 1990. Como é o primeiro Mundial nesse formato, eu pensei: ‘eu preciso seguir o Bayern de Munique‘. Eu tento ir ao máximo de jogos possível”, comentou ele, que já foi a um jogo em cada dia do torneio até o momento.
Mas é claro que os torcedores dos próprios clubes não poderiam ficar de fora. Do lado do Mamelodi Sundowns, pequena maioria no vazio estádio, a festa era contagiante. Ao se encontrarem, todos começavam a cantar e dançar – mesmo depois de uma longa viagem.
“Eu e minha esposa viajamos por 22 horas, indo até Londres, depois para a Filadélfia e só depois em Orlando, tudo para torcer para o Mamelodi Sundowns. Eu vou em todos os jogos, aqui, em Cincinatti, em Miami e depois vamos nos classificar e vamos para onde quer que seja”, relatou um deles.
Aleatoriedade até no atraso para a bola rolar
Jogos aleatórios também podem guardar elementos curiosos. Depois de toda a cerimônia pré-jogo, eis que um elemento exterior fez com que tudo ficasse mais cinza – literalmente.
Os times estavam prontos para o início do jogo, jogadores já tinham saudado suas torcidas. Até que o telão anuncia: “o início da partida sofrerá um atraso por conta das condições climáticas”.
Acontece que próximo ao estádio se iniciava uma tempestade, com trovoadas e raios. Por protocolo, nos Estados Unidos, os eventos abertos são paralisados nesses casos.
Imediatamente, as equipes deixaram o gramado e até os torcedores tiveram que deixar as arquibancadas e se proteger nos corredores. Somente cerca de 50 minutos depois, tudo voltou à normalidade.
Gols anulados, jogo aberto e emoção até o fim
Dentro de campo, a qualidade do jogo se torna uma espécie de loteria. Mesmo sendo consideradas de um nível mais baixo, as duas equipes podem entregar um jogo equilibrado e aberto, uma goleada ou poucas emoções.
Só que isso também pode ocorrer entre equipes de alto nível. Quantas vezes o Barcelona entregou uma noite sonolenta para seu torcedor? Ou o Real Madrid? Ou o próprio PSG, equipe do momento?
Ulsan e Mamelodi entregaram um bom jogo, aberto. Para o torcedor do Fluminense, que enfrentará as duas equipes na fase de grupos, uma perspectiva do que virá foi entregue.
No primeiro tempo, o time da África do Sul teve dois gols anulados, um por conta de um toque de mão – no que seria o tento feio mais bonito do Mundial em uma bizarra tentativa de gol olímpico – e o outro por impedimento.
Mas também conseguiram sair na frente com Iqraam Rayners aos 37 minutos, confirmando a superioridade contra os sul-coreanos, que levavam perigo nos contra-ataques.
Os sul-coreanos até tentaram na etapa final, tendo mais a bola em seu campo de ataque, mas não conseguiram vencer o goleiro Williams, e o placar não foi mais modificado.
Onde assistir ao Mundial de Clubes?
O Mundial de Clubes terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+
