Pela primeira vez em sua história, Israel conta com um porta-voz oficial que se comunica diretamente em português com o público brasileiro. Trata-se do major Rafael Rozenszajn, representante das Forças de Defesa de Israel (IDF), que, desde o começo da guerra que envolve o país, participa de entrevistas em diversos veículos no Brasil.
Em vídeo divulgado em sua conta oficial na última sexta-feira, 20, Rozenszajn relata que esteve presente “em dezenas de canais no Brasil”, como televisão, rádio e redes sociais. Mas, segundo ele, apenas uma emissora teria negado espaço para que sua posição fosse ouvida: a GloboNews.
O major detalha que, depois de diversas tentativas, a GloboNews aceitou realizar uma entrevista, com tudo previamente acordado: “Estava tudo combinado, horário, formato, jornalistas, seria na madrugada aqui em Israel, e eu topei”.
No entanto, segundo ele, uma hora antes do horário combinado, foi informado de que a pauta havia sido reduzida para dar lugar a temas ligados à política brasileira. “O que me pareceu estranho”, disse Rozenszajn, “é que depois fiquei sabendo que no mesmo programa teve um grande espaço sobre a guerra em Israel”.
Leia mais:
Israel sob ataque: major visita hospital bombardeado por míssil iraniano
No dia seguinte, o militar visitou o Hospital Soroka, no sul de Israel, que havia sido alvo de bombardeio por parte do Irã. “Cheguei até o míssel iraniano, subi no prédio principal que foi destruído, tive uma visão quase que exclusiva sobre o que aconteceu”, relata.
Em seguida, ele propôs uma nova entrevista à GloboNews, diretamente do local. “Falei com a Globo, expliquei o lugar que estava, até mandei uma foto e sugeri uma entrevista no próprio local, e aceitaram”, relata.
+ Leia mais notícias de Imprensa em Oeste
“Depois começou uma enrolação total”, recorda. “Marcamos um horário, desmarcaram. Marcamos outro horário, desmarcaram de novo. Marcamos pela terceira vez. Pouco antes de minha entrada, recebi uma mensagem dizendo que não vai ser possível a entrada. Dessa vez não me passaram nenhum motivo.”
Rozenszajn pergunta as razões da recusa: “Qual realmente o motivo que não autoriza uma entrada na GloboNews?”, indaga. “É um canal de grande audiência no Brasil, de grande importância jornalística, mas que, infelizmente, seus telespectadores que se interessam pela guerra, Israel e Irã, ficam carentes de uma posição oficial”.
Leia também: “O Brasil não está longe da fronteira da Faixa de Gaza”, artigo de Alexandre Garcia publicado na Edição 186 da Revista Oeste