Portugal foi o quarto país a anunciar a intenção de reconhecer o Estado da Palestina nos últimos dias. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 31, pelo gabinete do primeiro-ministro Luís Montenegro. França, Reino Unido e Canadá fizeram anúncios semelhantes recentemente. Os EUA, principal aliado de Israel, se opõem à formalização do Estado palestino agora.
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Na semana passada, o presidente da França, Emmanuel Macron, foi o primeiro a anunciar a intenção. Na quarta-feira 30, foi a vez do Canadá. A proposta desses países é fazer o reconhecimento na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro.
Trump se manifestou, nesta quinta-feira, 31, sobre o anúncio do Canadá. Na Truth Social ele disse que a decisão canadense vai atrapalhar as negociações sobre tarifas. O Estado vizinho foi taxado em 35%. “Uau! O Canadá acaba de anunciar que apoia o reconhecimento do Estado da Palestina. Isso vai tornar muito difícil para nós fecharmos um acordo comercial com eles. Oh, Canadá!!!”, escreveu Trump, em sua rede social.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, também disse que pretende reconhecer o Estado da Palestina, se não houver cessar-fogo na Faixa de Gaza. A guerra começou na região há 22 meses, depois que os terroristas do Hamas, que controlam Gaza, mataram mais de 1,2 mil em 7 de outubro de 2023.
A decisão de Portugal
O governo português informou que o procedimento de reconhecimento envolve consultas ao Parlamento e ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa. “Muitos dos Estados com que Portugal tem concertado posições sobre a matéria evidenciaram disponibilidade para iniciar o procedimento de reconhecimento do Estado palestino”, informou o comunicado oficial, citado pela imprensa.
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O texto destaca que a decisão foi motivada tanto pela disposição de países árabes em normalizar laços com Israel quanto pela evolução do conflito, especialmente diante da situação humanitária e do que considera riscos de “possível anexação de territórios palestinos”.
O comunicado também faz referência a compromissos assumidos pela Autoridade Nacional Palestina, como a condenação de ataques terroristas do Hamas, a libertação de reféns, o apoio a um Estado palestino desmilitarizado, a retomada do controle de Gaza e o reconhecimento do Estado de Israel.
Crescimento do apoio internacional ao Estado palestino
Se concretizado, o reconhecimento fará com que esses países se juntem a um grupo de mais de 140 nações que já legitimam o Estado palestino, conforme levantamento da ANP. A Eslovênia foi o último país a integrar essa lista, em maio do ano passado, pouco depois de Espanha, Irlanda e Noruega.
Apesar do apoio de três quartos dos 193 países membros da ONU, como o Brasil, a participação em órgãos internacionais ainda depende de novas decisões, que podem ser influenciadas pela entrada de França e Reino Unido, membros do Conselho de Segurança.